i.

lèvres roses, larmes de rosée

“dolly, op. 56: i. berceuse”

“i found a little plot of land

in the garden of eden

it was dirt, and dirt is all the same.

i tilled it with my two hands,

and i called it my very own,

there was no-one to dispute my claim.

(...)

so i laid me by a spring, for a spell

as naked as a trout.

the wandering eye that i have caught

is as hot as a wandering sun.

but i will want for nothing more

in my garden,

start again

in my hardening to every heart but one...

meet me in the garden of eden,

bring a friend,

we are going to have ourselves a time,

we are gonna have a garden party...

(...)

we broke our hearts

in the war between

st. george and the dragon,

but both, in equal parts,

are welcome to come along

i’m inviting everyone.

farewell to loves that i have known,

even muddiest waters run.

(...)

i believe in innocence, little darling,

start again,

i believe in everyone.

i believe, regardless,

i believe in everyone.”

౨ৎ

“... era amorosa, cultivava um vaso de flores, tocava flauta, fazia versos, amava o povo, compadecia-se das mulheres, chorava pelas crianças, confundia na mesma confiança o futuro e deus, e censurava a revolução por ter feito cair uma cabeça régia. habitualmente tinha a voz delicada, mas, de repente, viril. era letrada até a erudição, e quase orientalista. era boa, acima de tudo; e, coisa muito simples para quem sabe o quanto a bondade é próxima à grandeza, em matéria de poesia, preferia o imenso. gostava de passear pelos campos de aveia e de flores, e ocupava-se das nuvens quase tanto quanto dos acontecimentos. seu espírito tinha duas atitudes, uma pelo lado do homem, outra pelo lado de deus: ou estudava, ou contemplava.”

౨ৎ

“ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

e ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

e ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

o amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;

porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;

mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.”

౨ৎ

౨ৎ

“arrebataste-me o coração, minha irmã e minha noiva,

arrebataste-me o coração com um só de teus olhares,

com uma só jóia de teu colar.

como são ternos teus carinhos,

minha irmã e minha noiva!

tuas carícias são mais deliciosas que o vinho;

teus perfumes, mais aromáticos

que todos os bálsamos.

teus lábios, minha noiva, destilam néctar;

em tua língua há mel e leite.”

౨ৎ

seja bem-vindo a este pequenino capítulo de minha vida, em que reuno as coisas que mais amo em belas listinhas; encare-as como românticas e antigas missivas! saibas que batizaram-me de “ana clara lira”, nome que, na língua leve dos símbolos, fala da graciosidade, do lume e das linhas de uma lira; para meus pais, era “luz luz”, “o segundo sol”, o lume em dobro. sinta-se livre para chamar-me de “nana” ou “naninha”, apelidos que amo por remeterem ao ato de nanar... sou uma pseudo-escritora e pseudo-poetisa, com muitas ideias presas à gaiola da cabeça voando e estilando em palavras; elas germinam de mim tal as camélias desabrocham da primavera. fascino-me pelo humano e pela vida, por descobrir as verdades escondidas sob as camadas de meu cerne... então, dedico-me ao estudo da mente de outrem e de mim mesma – uma pomba-peregrina, meio-menina e meio-císnea, esmerilando, incessante, por meu venusto casulo n’este mundo...

౨ৎ

“and i do not know

if you know

just what you have done

you are the sweetest one

i have ever laid my eyes upon.

(...)

you’ve got the run of the place

now that you’re running around...

and may kindness,

kindness, kindness abound.

in this hour of our lives,

hour of effortless plenty,

how do we know which parts of our hearts want what

with such base generosity?

(...)

the phantom of love moves among us at will,

each phantom-limb lost has got an angel,

so confused like the wagging bobbed-tail of a bulldog.

kindness, kindness prevails,

kindness prevails!

ties and rails, ties and rails fall into line bearing kindness.

where will you go, if not here?

what will you say when you write to us?

and this is a world of terrible hardship everywhere

and i search for words to set you at ease

but there, in the looking-glass, a kite is soaring

stilling my warring heart and my trembling knees.

clean as a breeze, bright as the day

all of the people gather to say

‘sweet esme,

sweet esme, oh, oh, oh...’.

i believe love will always surround you

brave as a bear, with a heart rare and true.

but if you are scared, if you are blue

i have prepared this small song for you

‘sweet esme,

sweet esme, oh!’”

florilégios d’uma lírica fada do lácio

“fantaisie pour violin, flute & harp en a major, op. 124”

oct 12 2021 ∞
apr 9 2024 +