Refletindo sobre todo processo de trabalho na disciplina Teatro de Rua, o que você destacaria ou o que mais te marcou do processo?

  • as aulas iniciais foram essenciais para mim. quando começamos a entender a rua. vou falar mais sobre na próxima pergunta.
  • carlinhos, avisando que não consigo ser eu se eu estiver sendo muito formal, então não vou estar sendo tão formal assim. vou tentar não misturar tanto as coisas. vou separar sobre o que vou falar em cada pergunta pra você nem eu me perder:
  • 1. o que fizemos dentro da sala de aula. entender a rua. 2. sobre meu corpo y minha voz y meu olhar. sinergia, conexão, confiança. 3. sala à deriva. 4. cenas da galera e apresentação final.

Se for possível, explique o porquê da resposta acima.

  • 1. o que fizemos dentro da sala de aula. entender a rua.
    • as conversas que tivemos na sala e os exercícios foram as coisas que mais me marcaram, a cada aula eu ficava cada vez mais fascinade pelo o que eu estava descobrindo. fiz tanta anotação que infelizmente estou me perdendo no meio delas, mas queria que você lesse cada uma dela, carlinhos.
    • uma coisa que apenas parei pra pensar na sua aula foi que o que eu estava assistindo era só o que eu queria assistir, não saia da minha zona de conforto, e quando eu fazia algo era apenas para o meu público muito específico. agora sempre penso na minha mãe. como eu mostraria tal coisa pra ela? como eu levaria isso para embu-guaçu que é literalmente no meio do mato? público iniciado/não-iniciado. peça com ou sem comunicação. a porta está aberta ou fechada?
    • isso é sobre teatro de rua, mas hacb também fez parte de inúmeros pensamentos nesse sentido. principalmente quando falamos sobre artaud e grotowisky. há um tempo assisti um espetáculo de teatro de rua chamado "abre alas para liberdade" onde o ator (@_g.rosa) ocupa espaços como a estação da luz (onde assisti) e, "com uma pesquisa a partir da luta antimanicomial, entrecruza saberes e poesias de artistas que vivenciaram o isolamento y a violência manicomial".
    • coisas/palavras que me marcaram sobre isso: mistura. quebra. tirar. destruir - ausência do significado/corpo sem órgãos.
    • filme que me lembra a relação entre atuantes e a plateia: kadaver.

Em que medida você acredita que as aulas e os procedimentos de criação nos espaços influenciaram sua formação como atriz/ator?

  • 2. sobre meu corpo y minha voz y meu olhar. sinergia, conexão, confiança.
    • lembro especificamente de uma aula que falaram sobre o meu olhar e depois desse dia parece que tudo mudou e começou a fazer sentido. (no meu caderno está escrito: "como assim eu consigo olhar para as pessoas???")
    • eu percebi que os outros também me percebiam, e assim comecei a me perceber também. perceber o meu olhar, perceber o meu corpo, perceber o meu espaço e o que poderia caber nele, perceber as pessoas ao meu redor.
    • a aula que fizemos o exercício onde tínhamos que andar e parar ao mesmo tempo ou não (não sei explicar mas você sabe qual é, carlinhos) foi maravilhosa. e eu percebi o quão amo confiar nas pessoas. e tá tudo bem se não der certo de primeira. tudo bem se a gente demorar uma hora pra conseguir fazer "certo", só de tentarmos juntes já é incrível. numa aula recente do valmir percebi o quão conectades estávamos e o quão estávamos confiando no outro, e aquilo foi incrível. amo confiar no meu coletivo e consequentemente criamos uma conexão muito boa.

Escreva livremente como foi o processo de exploração e criação pelos espaços de dentro e fora da Etec.

  • 3. sala à deriva.
    • foi muito difícil. quando você disse para andarmos eu pensei "ok, vai chegar algo pra mim em algum momento desses 25 minutos" e não chegou absolutamente nada. quando voltamos pra sala e você disse para escrevermos fiquei completamente perdido, O QUE EU IA ESCREVER??? eu nem lembro o que escrevi, mas foi um fluxo de pensamentos e acho que nem tinha a ver com a andança desses 25 minutos. foi terrível. quando soube que eu tinha que fazer uma cena no local que eu tinha escrito fiquei mais desesperade ainda, EU NEM CHEGUEI A IR NAQUELE LUGAR, eu só tinha olhado de longe e achei ok. fiquei 1 semana martelando a minha cabeça e na sexta-feira seguinte aconteceu algo e eu (in)felizmente faltei, então tinha mais 1 semana para martelar a minha cabeça. não fazia ideia do que fazer. talvez seja porque talvez eu seja autista e talvez eu precise de instruções, mas só talvez (isso não é uma crítica, carlinhos. eu realmente não sei). nessa uma semana, comecei a prestar mais atenção na rua e em tudo que acontecia esperando deus me enviar um sinal dos céus. e ele me enviou!!! eu estava ouvindo "dispara" da linn da quebrada e assim que ela falou uma frase eu vi essa mesma frase numa placa no meio da rua. daí pensei "ok, vou fazer algo com essa música". e eu fiz. foi totalmente improviso. sabia que ia me enrolar em algo e que seria meio que uma dança. eu tava muito nervoso no dia, chorei no meio da apresentação. mas apresentaria de novo, e agora com uma tesoura para conseguir me soltar no final.
    • quando me juntei com o clênio ficamos perdidinhos também, por isso não deu muito certo a nossa apresentação. estava esperando um outro sinal de deus vindo dos céus e no meio de uma conversa o clênio disse algo meio assim: "precisamos fazer alguma fita..." e eu pensei. SIM. PRECISAMOS DE UMA FITA! vamos usar a fita. e usamos a fita (eu usei, no caso). foi difícil fazer uma cena juntos, ficou bem confuso.
    • enfim, tudo pra mim é um sinal. por isso, tento prestar bastante atenção nas coisas ao meu redor. talvez saia algo dali. mas tudo bem se não sair também e tudo bem se for só uma loucura momentânea da minha cabeça.

Na sua experiência como espectadora/expectador (quando assistia as cenas propostas pelas outras pessoas da turma), em que medida você acredita que o teatro afeta os espaços e os espaços afetam as cenas?

  • 4. cenas da galera e apresentação final.
    • caraca, afeta simplesmente tudo. tento imaginar como seria se eu estivesse vendo aquelas cenas no meu cotidiano. não sei como eu reagiria. o meu eu do presente é mais ok, mas o meu eu do passado que não tinha contato com o teatro eu simplesmente não consigo imaginar uma reação. queria muito chegar numa conclusão (mas provavelmente isso não vai acontecer. uma pena.)
    • na apresentação final, foi tudo mais legal ainda. eu estava assistindo, mas ainda assim estava em cena. e era tudo tão UAAAUUU e eu queria ficar ali pra sempre. quero apresentar mais 10 vezes (porém com ensaios antes e com fita adesiva que eu não usei).
    • amo o nosso espaço final e eu só descobri que ele existia nessa matéria. eu já tinha passado inúmeras vezes por ali e NUNCA TINHA VISTO AQUELAS PEDRAS. foi maravilhoso maravilhoso maravilhoso.

E, por fim, qual sua avaliação do nosso processo de trabalho? Comente sobre suas dificuldades, alegrias, descobertas, frustrações etc. Comente também, se quiser, sobre as dinâmicas das aulas, condução do professor, etc.

    • carlinhos, eu já escrevi tanto tanto tanto. me perdoa por isso. devo ter esquecido de algo, mas tá tudo guardado no meu coraçãozinho. eu já falei demais, vou parar por aqui. mas eu sempre vou ter algo mais para falar, nunca vou me cansar de falar. muito obrigado por esse semestre, foi tudo muito único. parece que foi ontem que começou, mas na verdade ontem que acabou. isso é muito triste, mas muito bom. soube tantas coisas novas graças a você e ao meu coletivo! agradeço imensamente por tudo. espero que você oriente o nosso tcc durante os seus sonhos. faça projeções astrais para assistir as nossas aulas de dtcc e montagem. por favor, tô implorando.

Espaço livre para, se quiser, fazer outras considerações que julgar relevante.

    • perdão se tiver algum erro gramatical muito gritante. eu escrevo as coisas e jamais releio para corrigir. tenho medo dos meus pensamentos.

miya ausdrecken

beijos

23:52

15/12/2022

dec 16 2022 ∞
mar 26 2023 +