tem coisas que não entendo, tem coisas que parecem que não tem fim. Tem coisas que estou tão certa que criei, que ao pensar que talvez não tenha criado, dá medo de estar me enganando demais, mas não me deixo convencer totalmente. Tem coisas que são tão minhas, que não ouso mais falar em voz alta. E pensando bem, elas são tão minhas quanto de alguém que nunca existiu. E não sei mais o que é existir. Até onde o tempo se expande e as coisas que mal existiram, continuam a existir em algum lugar?

Se a ideia de tempo é andar pra frente e deixar como que em uma trilha coisas para trás, quer dizer que se pudéssemos voltar olhando, teríamos esses acontecimentos nos encarando de volta. Me pergunto se este teria acontecido mesmo. O que será que criei, o que será que bem de dentro eu teço sem nenhuma ligação com a realidade? E o que é a realidade senão algo que crio bem dentro de mim?

E de que importa tudo isso? Quero acreditar que as coisas acontecem e que sentimos, que vibramos, que podemos estar atentos. Mas não me parece algo assim. Então calo. Vou à frente, não importa agora ou mais tarde. Eu sou além do que me é. Eu sou despida de tudo, e não preciso de mais nada. Então, sendo assim, continuo. Aprendi que alguns pensamentos só são e acontecem. Aprendi que algumas coisas verei e não saberei reagir.

Por hora é assim. Sei que não há só um caminho. E se eles se sobrepuserem, então saberei no momento que importar.

Mas agora não importa. Agora é só um pensamento que deixo ir.

may 10 2019 ∞
may 10 2019 +