|
bookmarks:
|
main | ongoing | archive | private |
ficou muito claro pra mim a partir de certo ponto que esse ano seria um turning point pra mim e de fato ao longo dele, embora não tenha sido nada fácil e nem chegado perto de ser só flores ficou óbvia a forma como eu sairia diferente do que cheguei. acho que 2022 foi o primeiro ano em muito tempo em que de fato eu vivi e preciso colocar em algum lugar minhas conquistas pra convencer o meu lado pessimista de que é pra frente que estamos indo.
em fevereiro eu comecei meu estágio na escola e aí finalmente descobri o que era trabalhar. foi uma jornada longa! eu cheguei toda confusa e sem saber como agir porque não convivia com criança fazia anos, aí comecei a me sentir melhor no meio deles e fiz muita amizade e muita festa com as crianças. sempre soube que eu gosto deles e os acho fofinho mas nunca pensei que eu fosse me sentir tão bem no meio deles e é o que acontece. resolvi muitas brigas e me esforcei pra deixar uma marca nem que fosse mínima, mas positiva, no desenvolvimento deles como seres humanos. me conectei a cada dia mais que passava com o pietro e lutei, pesquisei e me esforcei muito pra ser melhor pra ele. continuo sem achar que eu tenha conseguido fazer mais do que o básico, mas fico muito feliz e grata pelos laços que a gente criou. passei por uma fase de exploração e descobri o que era assumir uma turma, sofri muito nesse quesito embora isso continuasse deixando marcas de querer melhorar e querer ser boa como minhas colegas. comecei a interagir e me inteirar mais no meio social dos colegas com a chegada das estagiárias novas, observei muitas tretas de longe (pq nunca fiz nada pra fazer sentido estar envolvida em nenhuma) e me senti um pouquinho adulta sendo aceita e tratada como igual no meio de todas aquelas pessoas mais velhas e que sabiam melhor o que estavam fazendo ali do que eu. entendi melhor o universo em que estou inserida, entendi melhor o universo e a cabeça das crianças, criei novos sonhos, confirmei os antigos, construí melhor minhas ideias e crenças sobre o mundo e sobre a profissão e a forma de exercê-la. passei muita raiva com colegas preguiçosos e descobri que pelo visto eu amo trabalhar. mesmo assim passei por momentos de burn out, me movi na força da obrigação, cheguei em casa com vontade de chorar. enxerguei uma visão global de tudo, o bom e ruim - embora tenha sido majoritariamente bom. sofri aceitando que ano que vem vou ter que largar, mas vou aproveitar cada segundo que me resta pra não me arrepender depois. vou absorver tudo que ainda tenho pra absorver - e ficar mais feliz ainda do que já fico hoje vendo a maneira absurda como eu mudei em tão pouco tempo. me apeguei muito e muitos se apegaram em mim. fui mais independente financeiramente o que me permitiu fazer muito mais coisas que eu queria do que jamais tinha feito antes.
nem parece ter sido nesse ano, mas sofri pra conciliar o ead com o estágio. aí voltou o presencial e sofri mais ainda pra conciliar, mas me senti muito mais valida como estudante e como pessoa. fiz amigos - sofri em muitas interações, rejeitei muitas outras que depois me arrependi e fui rejeitada em algumas, mas de algum jeito ainda fiz amigos e me conectei com pessoas incríveis ainda que não de maneira tão profunda com a maioria, mas cheguei lá e não me senti sozinha. pelo contrário, senti que fazia parte daquele universo. enxerguei o mundo por outros olhos. realizei meu sonho de conhecer a comida do ru, a biblioteca, a famigerada festa da letras. comecei a andar de onibus sozinha todos os dias, uma coisa que tanto preocupava meu pai e que eu tirei de letra. reafirmei de novo e de novo meu interesse pelo meu curso e profissão, minha vontade de fazer mais ainda do que já faço agora pra crescer, ainda que eu tenha descoberto outros interesses com o estágio. apresentei trabalhos presenciais depois de anos, fiz provas absurdas de morfologia e linguística nas quais de algum jeito fui muito bem, falei inglês em voz alta pra sala inteira. quase dormi em algumas aulas e sentei bem na frente do professor, copiei e falei várias coisas em outras. cresci.
mantive minhas amizades do ensino médio, fiz algumas novas na faculdade e outras no trabalho e várias por tabela e nunca saí tanto quanto esse ano. fiz várias coisas que eu tinha vontade: fui em uma festa de jovens pela primeira vez, fui na feira do livro, fui no café temático de harry potter. andei de ônibus sem muita ideia de onde estava com apenas o moovit, saí na rua com o google maps aberto no celular. pedi informações. assisti harry potter no cinema. fui em um show pela primeira vez! a próxima meta é fazer as coisas mesmo quando não tiver companhia, e continuar saindo e cultivando minhas amizades quando as oportunidades surgirem. e fazer elas surgirem eu mesma de vez em quando, também.
passei por um vaivém que nunca imaginaria quando o assunto foi terapia, mas finalmente consegui settle down com uma psicóloga que funciona bem comigo e finalmente posso dizer que voltei pra terapia. depois de tanto tempo desesperada por isso. e agora comecei a nova fase da luta que a gente trava DENTRO da terapia. é uma pra conseguir ela, ai uma nova pra evoluir com ela. pago minhas consultas com a psiquiatra e meus remédios eu mesma e finalmente pude sentir que essa parte tão importante da minha vida não depende mais dos outros, mas de mim.
em 2022 eu encontrei muitos novos sonhos e nem sei como vou fazer pra encaixar tudo no futuro que vem aí, mas mais do que tudo eu só quero lutar pra crescer em direção aos meus objetivos e ser feliz (fazer coisas que eu gosto, ter momentos felizes, me divertir), então eu vou continuar tentando. e é isso por hoje! orgulho de mim e que eu cresça cada vez mais ano que vem, porem me dando o espaço que preciso também para DESCANSAR.