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Não minto: eu me queria morta.
Deixava-me, desfeita em lágrimas:
“Mas, ah, que triste a nossa sina!
Eu vou contra a vontade, juro,
Safo”. “Seja feliz”, eu disse,
“E lembre-se de quanto a quero.
Ou já esqueceu? Pois vou lembra-lhe
Os nossos momentos de amor.
Quantas grinaldas, no seu colo,
— Rossas, violetas, açafrão —
Trançamos juntas!
Multiflores
Colares atei para o tenro
Pescoço de Átis; os perfumes
Nos cabelos, os óleos raros
Da sua pele em minha pele!
[…]
Cama macia, o amor nascia
De sua beleza, e eu matava
A sua sede” {…}
– Safo (Σαπφώ) em “31 poetas 214 poemas: do Rigveda e Safo a Apollinaire”. [tradução, notas e comentários Décio Pignatari], 2ª ed., Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.