- stick boy: contrapartida masculina de stick girl, expressão cunhada pelos japoneses e muito em voga no início do período showa. designava certa classe de garotas surgidas na região de ginza, tóquio, que se dependuravam como bengalas (stick) em braços de homens e passeavam com eles em troca de pagamento.
- estesia: capacidade de perceber o sentimento da beleza.
- ningunear (do espanhol): segundo a academia, possui dois significados: fazer com que alguém não se sinta ninguém, nada (ninguno); menosprezar alguém, não levá-lo em consideração.
- tonitruante: muito ruidoso, barulhento, como um trovão.
- pen pal: pessoas que correspondem-se regularmente através de cartas.
- nênia: lamentação fúnebre; elegia.
- shibumi: como muitos termos japoneses, shibumi é intraduzível. mesmo em japonês, sua significação é indeterminada, vaga e imprecisa; pode ser explicado por analogia ou por negação, jamais em sua positividade. o significado de shibumi escapa, é evasivo, no limite, é ausente. e é precisamente essa ausência, esse vazio de significação, que constitui a qualidade estética shibui, atribuída às grandes obras e aos grandes artistas, independentemente do âmbito artístico. um exemplo é em beleza e tristeza, de kawabata, onde o romance não se desenrola em torno do drama, isto é, da ação dramática, mas se amarra principalmente no que não é dito, no que não é feito, no que não pode ser dito, no que não pode ser feito. não há solução ou desenlace possíveis; apenas mais um enlace, mais um nó. desse modo, prevalecem o indizível, o impossível, o silêncio, a ausência.
- sonagi (do coreano): presente como o título do conto escrito pelo escritor coreano hwang sun-wo, "chuva de verão", em 1959, é uma breve chuva, porém expessa, que começa de súbito, normalmente em uma tarde quente.
- tibieza: estado de fraqueza, de frouxidão, de debilidade.
- a expressão "tomar a nuvem por juno." se refere à figura mitológica de ixião, o rei dos lapitas, que, após ter cometido um homicídio, comove zeus com seus pedidos de súplica para ser purificado. zeus acabou atendendo seus pedidos, e lhe concedeu a imortalidade. com isso, porém, o rei de lapitas tenta seduzir sua esposa, hera, a juno romana. zeus acabou criando uma nuvem de forma feminina, com a qual ixião se apaixonou, dando origem aos centauros. diante disso, zeus amarrou ixião em uma roda de fogo, lançada através dos ares. daí que "tomar a nuvem por juno" passou a significar "iludir-se" ou "supor algo errado".
- elísio: para os gregos e romanos, mansão ocupada pelos heróis e pelos justos após a morte; indica uma pessoa que convence pela segurança com que expõe suas ideias. nunca coloca os instintos ou a emoção na frente da inteligência e, com isso, desenvolve os poderes da mente.
- madrepérola: substância calcária, iridescente, que constitui a camada mais interna da concha de um molusco bivalve; nácar [é us. na confecção de pequenos objetos, como botões.].
- sehnsucht (alemão): um desejo intenso por estados alternativos de vivência e realizações da vida, mesmo que sejam inatingíveis.
- dadirri (aborígene australiano): um ato profundo e espiritual de escutar de forma reflexiva.
- anátema: reprovação enérgica; condenação, repreensão, maldição, execração.
- potestade: atributo ou condição do que manda, impõe sua vontade; poder, potência, força.
- sempiterno: que dura ou vive sempre; contínuo, eterno, perene, infinito.
- pernóstico: que ou aquele que é presumido, afetado, pretensioso.
- abstêmio: característica da pessoa que não consome bebidas alcoólicas.
- fântaso: na mitologia grega, é o deus da fantasia e um dos oneiros. aparece nos sonhos, na forma de objetos inanimados ou "sem vida", como bosques e água.
- charneca: vegetação xerófila que cresce nas regiões incultas e arenosas, caracterizada por arbustos e plantas herbáceas resistentes.
- limnátide: relacionado às ninfas, pode significar estar parado de frente ao lago, metamorfeando-se em pensamentos.
- frugal: que se alimenta de fruto(s).
- feérico: o mesmo que: mágica, esplêndida, fantástica.
- interstício: espaço entre uma coisa e outra ou entre aquilo que está junto, ligado.
- ébria: o mesmo que: alucinada, bêbada, embriagada, extasiada, temulenta.
- monossêmica: que apresenta somente um único significado, por oposição ao que é polissêmico.
- álacre: que é alegre, vivo, animado.
- recoveco: é tanto o espaço de mudança de direção de algo, quanto um lugar escondido, no plural significa aquilo que há de nebuloso no caráter de uma pessoa, assim como os rodeios na fala.
- diletante: amante das artes e da literatura.
- sevdalinke: nome provém da palavra turca sevdah, emprestada do árabe sawda, 'a negra'. eis, no cânone da medicina de avicena, o nome do humor negro, da melan kholia dos gregos, a melancolia. trata-se do equivalente bósnio da palavra portuguesa saudade, que (ao contrário do que sustentam os etimologistas), provém também do árabe sawda - e da mesma bile negra. as sevdalinke são expressões da melancolia, como os fados.
- mefistofélico: que por seus atributos físicos e/ou morais lembra mefistófeles; pérfido, sarcástico.
- infó-lio: diz-se da folha de impressão dobrada ao meio, de que resultam cadernos com quatro páginas
- ambedo: um tipo de transe melancólico no qual você se torna completamente absorto por pequenos detalhes sensoriais – pingos de chuva escorrendo pela janela, árvores altas se dobrando lentamente com o vento, espirais de creme se formando no café – o que, por fim, leva a uma avassaladora constatação da fragilidade da vida.
- kenopsia: a atmosfera misteriosa e desamparada de um lugar que normalmente está cheio de gente, mas que agora está abandonado e quieto.
- goya (da língua urdu): deixar-se levar pela imaginação, até sentir algo fictício como se fosse real.
- hiraeth (do galês): nostalgia dos lugares aos quais não se pode mais voltar, de lugares perdidos no seu passado ou que jamais existiram.
- tiám (do persa): o lampejo em seus olhos quando você acaba de conhecer alguém.
- epicédio: lamentação na forma de poema lírico ou sinfônico, ou discurso, dedicado à memória de alguém.
- endecha: composição poética sobre assunto melancólico, formada de estâncias de quatro versos de cinco sílabas; romancilho.
- alvorada: crepúsculo matutino; antemanhã, madrugada.
- cantilena: na idade média, canto de caráter épico, muitas vezes transcrição de uma sequência latina.
- lúgubre: (adj.); que exprime ou inspira sombria tristeza.
- bacurau: nome comum dado a várias espécies de aves da família dos caprimulgídeos, e que também é empregado ao se referir a um indivíduo que só costuma sair durante a noite.
- petricor: (sub.m.): o aroma agradável de terra molhada que geralmente acompanha a primeira chuva após um período de clima quente.
- tertúlia (sub f.): a reunião de um grupo de pessoas para que leiam juntos ou para que discutam entre si assuntos literários.
- boketto; do japonês: ato de olhar fixamente para o nada sem qualquer pensamento na cabeça, ou seja, aquele exato instante, em que estamos absortos no nada, sem ouvir as sete vezes que tentaram sem sucesso nos chamar.
- gumusservi (s.); do turco: a luz do luar brilhando nas águas.
- deliruim tremens (s.); quadro patológico que surge após um longo tempo de consumo excessivo de álcool
- receptáculo: lugar em que se recolhem coisas de várias procedências; recipiente
- kafkaesco: absurdo; de aspecto parecido ao proposto por kafka em sua obra; diz-se daquilo que, num contexto burocrático ou na civilização atual, se afasta da lógica ou da racionalidade
- inóculo: aquilo (substância) que se pode inocular; o que se inocula (introduz)
- imbróglio: circunstância em que há confusão; momento dificultoso
- aquém: do lado de cá, quando comparado com outra coisa ou pessoa. aquém de. da parte, da divisão de cá
- intempérie: mau tempo; quaisquer condições climáticas que estejam mais intensas; vento forte, chuva torrencial, tempestade, seca
- crível: em que há credibilidade; em que se consegue crer ou acreditar
- supérfluo: o que é dispensável; algo ou alguém que apresenta caráter desnecessário, extravagante
- veracidade: característica ou particularidade do que é verdadeiro; qualidade daquilo que contém e expressa verdade
- monólito: monumento formado de uma única pedra: os obeliscos são em geral monólitos
- senil: decrépito; referente ou particular à velhice; que se refere aos velhos
- notívago: característica de quem caminha à noite ou possui uma rotina, hábitos ou costumes noturnos
- tépido: morno; que se encontra entre o quente e o frio; nem muito frio nem muito quente
- macambúzio: aquele que por algum motivo, permanente ou não, possui características de melancólico, tristonho, mal humorado
- pósfacio: texto de teor explicativo que, acrescentado no final de livro (depois de sua finalização), adverte ou explica o que for conveniente
- piegas: (portugal) que anda perto; que se aproxima
- pandemônio: confusão; mistura desordenada de coisas ou pessoas
- impáfia: que julga justamente; que age sem favorecer alguém
- incólume: ileso ou intacto; sem ferimentos, desprovido de lesões corporais ou morais
- afável: que se mostra acolhedor; com educação, cortesia, gentileza
- escangalhado: o mesmo que escastalhado
- ignóbil: característica do que é baixo, vil; que infringe as leis da moral: indivíduo ignóbil, comportamento ignóbil
- assomos: 1. ação de assomar; 2. aparência, indício: assomos de pudor; 3. ímpeto (de entusiasmo, de ira)
- algoz: indivíduo responsável pela execução de penas, castigos físicos ou morte; carrasco
- estapafúrdio: adj. fora do comum; extravagante, excêntrico, estranho ou singular
- diabrura: arte ou maquinação do diabo; crueldade
- acatalepsia (s.f.); sentimento de impossibilidade de compreender o universo. a crença que o conhecimento humano não passa de probabilidade e nunca chega à certeza.
- alexitimia (s.f.); inabilidade ou dificuldade em verbalizar emoções e expressar sentimentos.
- amor fati (exp.); do latim: "amor ao destino". aceitação integral da vida e do destino humano mesmo em seus aspectos mais cruéis e dolorosos.
- neurastenia: psicop perda geral do interesse, estado de inatividade ou fadiga extrema que atinge tanto a área física quanto a intelectual, associado esp. a quadros hipocondríacos e histéricos.
- fosfenos (sub. m): as luzes, estrelas e formas que você vê quando esfrega os olhos.
- nefelibata; (adj.): que vive constantemente distraído nas nuvens da sua imaginação ou em seus sonhos.
- escalafobético: que demonstra falta de jeito, de aprumo, de elegância; desengonçado, desconjuntado, maljeitoso
- apedeuta: que ou aquele que é desprovido de conhecimento(s), de discernimento; estúpido, ignorante
- pantagruélico: quantidade grande de comida
- anima rerum (latim): alma das coisas
- sansara: as vicissitudes do mundo, da vida e da morte da existência humana; a instabilidade e a efemeridade das coisas
- conluio: combinação maliciosa realizada entre duas ou mais pessoas, com o objetivo de enganarem uma terceira pessoa ou de se furtarem ao cumprimento da lei.
- patacoada: um dito ou uma ação estúpida, um disparate, uma ideia sem fundamento, uma tolice.
- malecho: adjetivo masculino usado para caracterizar alguém doente, enfermo, que tem a saúde alterada.
- dândi: que procura se vestir com elegância.
- melômano: que ou quem sente exagerada atração por música; melomaníaco, musicomaníaco, musicômano.
- minudência: rigor, cuidado, atenção no que se faz.
- saltimbanco: indivíduo que exibe suas habilidades nas feiras ou na via pública, vendendo elixires reputados milagrosos, seduzindo o público com discursos e trejeitos espalhafatosos; farsante, charlatão.
- diocese: divisão territorial entregue à administração eclesiástica de um bispo, arcebispo ou patriarca.
- caleche: variedade de carruagem com quatro rodas e dois assentos, puxada por dois cavalos em parelha; caleça.
- cutelo: instrumento composto de uma lâmina cortante e semicircular, presa a um cabo de madeira, empr. outrora em execuções por decapitação.
- genuflexórios: banquinho, com encosto, sobre o qual as pessoas se ajoelham para rezar.
- tautologia: na gramática, uso de palavras diferentes para expressar uma mesma ideia; redundância.
jan 20 2018 ∞
sep 21 2022 +