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  • Sou formado em design gráfico e atuo na área há mais de 10 anos. Além do design, possuo interesse em ciência, política e filosofia. Acredito que nossas crenças e escolhas precisam ser bem justificadas. Há muitos anos acompanho ativistas veganos e os debates entre eles pela internet. Me tornei ovolactovegetariano em 2009, vegano em 2017. Fiz 2 cursos de Extensão em Ética Animal e já li alguns poucos livros sobre, mas sempre estou refletindo sobre o tema.
  • Sou um niilista existencial mas moralmente não sou relativista. (Eu sou um niilista existencial (acredito que não há um sentido na vida e que a moralidade não está escrita na natureza ou além dela, pois é apenas uma capacidade de sobrevivência desenvolvida pela evolução, assim qualquer ação que existe não pode ser certa ou errada, nós fazemos descrições morais apenas porque conseguimos), por outro lado sou contra o relativismo moral, acredito que devemos encontrar a melhor teoria ética (ou encontrar um ponto de convergência moral entre as teorias éticas) que extrapola preocupações morais de sobrevivência e bem-estar para todos os seres sencientes, baseada em similaridades, não em diferenças, e em princípios autoevidentes como dor e prazer. Acredito em sistemas éticos construídos coerentes e valorosos coletivamente, em detrimento a valores construídos individuais, penso nisso como uma matemática ética. Se isso é contraditório? Não sei porque não sou especialista em filosofia, apenas um entusiasta, mas acho que não).
  • Eu acredito que tanto nosso sentido da vida, quanto nosso sentido moral são construídos, não há um porquê de existir nem há certo e errado intrínseco na natureza (em metaética sou antirealista moral), a gente não têm como provar isso, a não ser pela lógica/linguagem. Portanto, o relativismo é uma verdade em ambos os casos. No entanto, consigo entender que o relativismo como argumento, negando a objetividade, é autorefutante e não tem utilidade, por isso eu não adoto o relativismo moral. Acho que devemos aplicar a moralidade de forma objetiva, incluindo todos aqueles que podem ser prejudicados ou beneficiados. Isto quer dizer que podemos concordar que há verdades morais (mesmo que não estejam "escondidas" na natureza) que são melhores para todos os envolvidos (ou o máximo deles), essas verdades são baseadas em alguma espécie de matemática ou de evidências (não sei explicar). Sou um meta-antirealista moral enquanto sou moralmente objetivo no contexto social.
  • Não existem princípios morais intrínsecos à natureza, mas isso não quer dizer que não podemos construir bons princípios morais do ponto de vista social. Podemos entender, a partir de fatos e objetivos mensuráveis, que o melhor para uma sociedade é que os indivíduos que a compõe tenham maior bem estar. Essas visões estão de acordo com o anti-realismo moral, o objetivismo moral, contratualismo, o consequencialismo, os princípios de imparcialidade e de senciência.
  • Em qualquer grupo de indivíduos, das tribos às sociedades, a atribuição de valor moral às coisas não deve ser feita de maneira relativista, o bem-estar social depende de valores morais sólidos, imparciais e não-contraditórios, que tentem abarcar o máximo de indivíduos. Do ponto de vista social, valores mais inclusivos-coletivos são mais justificados do que valores individualistas-egoístas. Em sociedade, devemos colocar o ponto de vista social acima do ponto de vista individual, pois todos os indivíduos importam.
  • Mesmo que verdades morais e valores universais objetivos sejam ilusões da nossa mente, elas são extremamente úteis na prática. Sem eles não podemos justificar sistemas de justiça, organização social ou harmonia entre os indivíduos. Portanto, devemos adotar teorias morais objetivas mesmo não acreditando nelas como algo intrínseco, mas sim com alto valor pragmático para as sociedades e seus indivíduos.
  • Posso dizer então que tenho fé na razão.
  • Acredito que a navalha de Ockham serve também pra filosofia, tem muitas ideias que muito falam e não querem dizer nada. A gente é um animal como qualquer outro, frutos da aleatoriedade, e a nossa mente e consciência não transcendem ao corpo, são apenas mecanismos de interação, compreensão e sobrevivência, a moralidade também. Dito isso, a primeira navalha que passaríamos é em qualquer teoria religiosa ou mística para a Filosofia, depois em universais pré-determinadas. Depois disso, podemos construir princípios morais baseados num cálculo matemático-lógico, como o utilitarismo para organização social, ele não demanda universais metafísicas, apenas conceitos materiais e de bem-estar social, como uma espécie de contratualismo. Um exemplo, a senciência critério objetivo, a delimitação disso como princípio é socialmente inclusivo pois todos as espécies de animais-sencientes fazem parte da sociedade e todos os seus membros são indivíduos.
  • As coisas são complexas, quase nunca são preto-no-branco ou ligado-desligado. Por exemplo, quando falamos de orientação sexual não se é 100% hétero ou 100% homo, há escalas gradativas entre as duas extremidades e as pessoas se encontram em diferentes posições, o mesmo vale para o conceito de gênero. Outros exemplos, quando tentamos definir um estilo musical de uma banda ou a ideologia de uma pessoa, temos que considerar que há diferentes características de diferentes correntes em ambos, uma banda não é só de um estilo, uma pessoa não têm só uma ideologia.
  • A linguagem natural é imprecisa, ambígua e interpretativa, o que dificulta a entendermos conceitos. As vezes, em uma discussão, estamos tentando explicar a mesma coisa mas com palavras diferentes. Sou a favor do definicionismo, ou seja, quando se trata de filosofia ou ciência, acho que devemos tentar deixar termos e conceitos objetivos e concisos de maneira a remover ao máximo interpretações divergentes.
  • Sigo o princípio de igual consideração de interesses semelhantes.
  • Eu sou totalmente a favor de que as pessoas façam o que quiser com seus próprios corpos, mas ao mesmo tempo sei que é difícil romper e superar os valores conservadores de pudor que temos. Quando uma pessoa se prostitui ou vende conteúdo sensual/sexual, a gente tende a ver essa pessoa com menos valor (especialmente se for uma mulher) por causa de valores restritivos e dogmáticos sobre o próprio corpo. Pessoas não são moralmente melhores ou piores porque se exibem, porque transam mais ou porque tiveram mais parceiros sexuais. É preciso um exercício constante que reforce a liberdade individual e vá contra esse puritanismo, afinal, todo mundo têm corpo, todo mundo faz sexo, todo mundo é livre desde que suas ações envolvam consenso e não façam mal à ninguém, é uma hipocrisia tremenda julgar negativamente as pessoas por isso. É preciso respeitar a decisão das pessoas sobre seus próprios corpos, o corpo de um indivíduo é propriedade dele.
  • O meu ponto fraco é o sofrimento e a morte. Ver pessoas morrendo jovens, ver pessoas morrendo, ver animais sendo explorados, ver animais sofrendo, ver animais partindo. A morte é inevitável e assustadora. Ao mesmo tempo o sofrimento e a morte são motivadores para momentos bons, para tratar as pessoas e os animais bem, todos merecem uma vida digna, devemos procurar viver os bons momentos. Viver e ser livre, dando valor as coisas simples. Memento Mori.
  • Se os valores morais de um povo ou cultura envolve subjugar, explorar, estuprar e matar indivíduos inocentes, não é errado criticar estes hábitos, independente da etnia ou cultura que estão inseridos.
  • Não é todo ser vivo que deve ser considerado moralmente, é todo ser capaz de sofrer.
  • Eu acho que tenho uma resposta razoável para a pergunta filosófica 'por que existe algo e não nada?' Para mim, não há porquê. Não existe uma necessidade intrínseca de um motivo ou razão para a existência da realidade ou de seres como nós. A capacidade de fazer perguntas 'porquês' é uma abstração humana. Para entender fenômenos e estabelecer relações de causalidade, precisamos de um motivo. Não é necessário um motivo para a realidade existir ou para nós existirmos, simplesmente existimos. A existência não precisa de um propósito ou motivo externo para ser o que é. Uma pedra ou até mesmo outros animais não fazem perguntas 'porquês' e todos nós existimos. A realidade precede nossa mente e nossa capacidade de fazer questionamentos, não é necessário que algo preceda a realidade. Neste caso, parece que a compreensão da biologia e da cognição explica bem a questão. Nossos propósitos podem ser construídos e está tudo bem aceitar esse absurdo.
  • Da mesma forma respondo o porquê de eu existir, não existe porque, não sou especial. O valor é uma coisa gerada pela subjetividade, isto é, não existe uma entidade externa para que eu tenha importância na existência em si. Podemos combinar melhores valores? Claro que podemos, nestes, postos de forma objetiva, eu acredito.
  • Sou favorável a testes de desafio humano com consentimento.
  • Tendência monista em metafísica, epistemologia e ética. Monismo lógico, monismo realista, monismo ético. Para mim parece que os "pluralismos" são nuances dos monismos, por exemplo, a física newtoniana, a física relativista e a física quântica são todas físicas, só que explicadas em graus diferentes.
  • Tenho uma tendência a pensar que, para descrição da realidade, o fisicalismo-materialismo-naturalismo-realismo-determinismo-niilismo são necessário e suficientes para descrever a realidade, mas consigo separar isso da normatividade e da prática, como por exemplo na ética, ou seja, faço uma negação do determinismo biológico para construção de valores, decisões, construções políticas, éticas, sociais e leis, mas sempre seguindo uma visão lógica-racional e refutabilidade.
  • Favorável a consideração moral direta plena e representação política de todos os seres sencientes.
aug 3 2023 ∞
dec 8 2023 +