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Resolvi tirar as folhas do fundo da gaveta.


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NÃO ENTRE EM PÂNICO!

Imagine que você tem uma banheira. Uma banheira redonda bem grande. Feita de ébano. E cônica. Então você enche a banheira de areia branca e fina, ou açúcar. Tanto faz. E, quando estiver cheia, você puxa a tampa e tudo vai escorrendo num redemoinho pelo ralo. A parte interessante é que você filma a coisa toda enquanto está acontecendo e manda passar o filme... ao contrário. Aí você senta e fica assistindo, e parece que está tudo subindo em espiral pelo ralo e enchendo a banheira.

É assim que descrevemos o Guia do Mochileiro. Um universo irônico e cômico de Douglas Adams de uma forma totalmente diferente (ou não) que imaginamos. Aliás, não é a toa que este livro tem uma continuação e continuações ao longo de cada fase que nos prende a cada pagina até darmos conta que, ACABOU! O livro já começa com o hilário Ford Prefect de outro mundo e seu amigo Arthur Dent que mora na Terra (sim, o planeta) que é manipulado por ratos! Em pensar que nós fazíamos experiencias com eles, o que é totalmente ao contrário. E assim a Terra explode e acaba (sim, acaba!). E é por aí que começa a aventura pela Galaxia em naves e planetas que nem imaginamos que possa existir vida. Como por exemplo o planeta Magrathea. Magrathea é um planeta onde a população é especializada em construir outros planetas sob encomenda. Uma de suas construções é a Terra. Magrathea orbita a estrela dupla Soulianis e Rahm. (sim, a Terra!). É neste planeta que acontece grande parte da história, fora a própria Galaxia, que envolve personagens como: Zaphod Beeblebrox, o "lider" da nave Coração de Ouro que não tem a minima noção de onde e pra onde quer realmente ir, com cenas hilárias e diálogos com seu computador. Trillian, sua fiel ajudante que também é da Terra! E Marvin o robô maníaco depressivo. E você achando que robôs não tinham sentimentos.

Antes mesmo dessa aventura no planeta, voando por aí em uma nave movida pelo fabuloso "Gerador de Improbabilidade Infinita", se deparam (Arthur e Ford) com a nave dos Vogons que estão prestes a destruir a Terra:

Você quer pegar carona com vogons? Pode desistir. Trata-se de uma das raças mais desagradáveis da Galáxia. Não chegam a ser malévolos, mas são mal-humorados, burocráticos, intrometidos e insensíveis. Seriam incapazes de levantar um dedo para salvarem suas próprias avós da Terrível Besta Voraz de Traal sem antes receberem ordens expressas através de um formulário em três vias, enviá-lo, devolvê-lo, pedi-lo de volta, perdê-lo, encontrá-lo de novo, abrir um inquérito a respeito, perdê-lo de novo e finalmente deixá-lo três meses sob um monte de turfa, para depois reciclá-lo como papel para acender fogo. A melhor maneira de conseguir que um vogon lhe arranje um drinque é enfiar o dedo na garganta dele, e a melhor maneira de irritá-lo é alimentar a Terrível Besta Voraz de Traal com a avó dele. Jamais, em hipótese alguma, permita que um vogon leia poemas para você.

A poesia vogon é, como todos sabem, a terceira pior do Universo. Eis uma pequena amostra de sua poesia:

'Ó fragúndio bugalhostro tua micturição é para mim Qual manchimucos num lúrgido mastim. Frêmeo implochoro-o, ó meu perlíndromo exangue. Adrede me não apagianaste a crímidos dessartes? Ter-te-ei rabirrotos, raio que o parte!' Prostetnic Vogon Jeltz

Outras coisas que o livro nos proporciona é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar, uma Toalha:

Maneiras de se usar uma toalha:

Você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla. Pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos. Você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon. Pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth. Pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo. Enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar olhar a Terrível Besta Voraz de Traal. Você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro. Naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.

A importância da toalha:

Porém, o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc., etc. Além disso, o estrito terá o prazer de emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha "acidentalmente perdido". O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terriveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito. Dai a expressão que entrou na gíria dos mochileiros, exemplificada na seguinte frase: "Vem cá, você sansha¹ esse cara dupal², o Ford Prefect? Taí um mingo³ que sabe onde guarda a toalha." ¹Sansha: conhecer, estar ciente de, encontrar, ter relações sexuais com; ²Dupal: cara muito incrível; ³Mingo: cara realmente muito incrível

Então, com este objeto importantíssimo nada mais, nada menos que um dia especial para ele. Então, todo dia 25 de Maio, é o dia Mundial dos fãs da série como O Dia da Toalha.

Com um livro ótimo desses, claro que não poderia faltar A resposta para a Vida, o Universo e Tudo mais, que graças a essa resposta minha vida faz sentido com uma simples pergunta: Quanto é 7x6 = 42*, pronto a minha, a sua, e a nossa vida FAZ TODO O SENTIDO DO MUNDO!

  • Fonte: Pensador Profundo: Há muito tempo atrás, no lendário planeta de Magrathea, uma raça de seres hiperinteligentes ficou de tão saco cheio de tentar achar a resposta para o Vida, o Universo e Tudo Mais, que resolveu construir um super computador capaz de calcular uma resposta definitiva para essa pergunta. E a esse computador chamaram de Pensador Profundo.

7,5 milhões de anos depois, o Pensador afirma que a resposta é 42, mas que eles ainda não conheciam a pergunta e afirma que deveria ser construído um megacomputador que seria capaz de calcular a pergunta. E a esse planeta eles deveriam chamar de Terra. Infelizmente, a Terra foi destruída cinco minutos antes de calcular a Pergunta pelos vogon. Felizmente, a Terra foi destruída levando a horrível poesia de uma moradora de Essex, Inglaterra.

(Domingo, 4 de março de 2012)

mar 4 2012 ∞
may 13 2012 +