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“my god, my god, whose performance am I watching? how many people am I? who am I? what is this space between myself and myself?” — fernando pessoa, from the book of disquiet

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  • Você não conta uma história apenas para si mesma. Sempre existe alguma outra pessoa.
  • Como deve estar furiosa, agora que suas palavras foram levadas a sério.
  • Nolite te bastardes carborundorum.
  • Evito olhar para baixo, para meu corpo, não tanto porque seja vergonhoso ou impudico mas porque não quero vê-lo. Não quero olhar para alguma coisa que me determine tão completamente.
  • De vez em quando eu a tiraria e olharia para ela. Isso me faria sentir que tenho poder.
  • Posso me lembrar do conselho da rainha Vitória para sua filha. Feche os olhos e pense na Inglaterra. Mas isto não é a Inglaterra. Eu gostaria que ele se apressasse.
  • O cheiro é de nossa própria carne, um cheiro orgânico, doce e com um traço de ferro, do sangue no lençol, e outro cheiro mais animal, que está vindo, só pode ser, de Janine: um cheiro de tocas, de cavernas habitadas, o cheiro da manta axadrezada na cama quando a gata pariu nela, uma vez, antes que fosse castrada. Cheiro de matriz.
  • Se acontecer de você ser homem, em qualquer tempo no futuro, e tiver chegado até aqui, por favor lembre-se: você nunca será submetido à tentação de sentir que tem de perdoar um homem, como uma mulher. É difícil de resistir, creia-me.
  • Como é fácil inventar uma humanidade para qualquer pessoa, qualquer uma. Que tentação disponível.
  • O que havia a respeito daquilo que fazia com que sentíssemos que o merecíamos?
  • Há algo de poderoso em sussurrar obscenidades sobre aqueles que estão no poder. Há algo de delicioso nisso, algo de malicioso, secreto, proibido, estimulante. É como uma espécie de feitiço. Isso os esvazia, os reduz ao denominador comum onde se pode lidar com eles. Na pintura do cubículo do banheiro alguém desconhecido havia rabiscado: Tia Lydia gosta de chupeta. Era como uma bandeira acenada do alto de uma colina em sinal de rebelião.
  • Ofglen está desistindo de mim. Ela sussurra menos, fala mais a respeito do tempo. Não sinto arrependimento por isso. Sinto alívio.
  • Não quero ser uma boneca dependurada no Muro, não quero ser um anjo sem asas. Quero continuar vivendo, de qualquer forma que seja. Renuncio a meu corpo voluntariamente, para submetê-lo ao uso de outros. Eles podem fazer o que quiserem comigo. Sou abjeta. Sinto, pela primeira vez, o verdadeiro poder deles.
jan 15 2019 ∞
aug 21 2024 +