A intensidade assusta, amar assusta, lutar por um amor assusta. Somos sempre amadores diante do medo. Toda declaração é patética. Como as cartas de amor. Como os apelidos entre os amantes. Como as juras no sofá. Em vez de mostrar a importância do outro, o costume é se esconder. Em vez de expor o tamanho de nossa fragilidade, o costume é bancar o forte e intransigente. Em vez de ouvir, o costume é se refugiar no orgulho. Somos dependentes da aceitação mais do que do coração. Não enfrentamos as críticas dos amigos, da família, preocupados com o nosso sofrimento. Somos educados para a indiferença: o que incomoda precisa ser deixado de lado, o que atrapalha deve ser esquecido. Insistir já vira chatice. Ninguém aguenta um assunto por muito tempo. Mas isso não é um assunto, é a minha vida. Queremos merecer um amor mas, de modo algum, sofrer por ele. Queremos alguém que não desista da gente, mas não oferecemos chance. Vamos errar, beber, exagerar, tropeçar, gritar, explodir durante a ausência e se arrepender aos abraços e lágrimas. Reserve a compaixão a quem se entrega para a mentira. Mentir para si é imperdoável.

jun 11 2014 ∞
jun 11 2014 +