leva a porta quando sair

da pintura

ao enquadro

à parede

faz forma

­

no museu

de esquina

no bairro

de nobre

­

deforma

a cidade

no norte

que nota

fora o frio

só a mente faz tremer

esquecer pra viver

viver pra lembrar

­

lembrar de esquecer

pra esquecer de lembrar

a metamorfose ambulante

ladra de mentes

anamorfa na fala

com medo de morrer

sobrenome querer

ocupação de sonhar

o que quer é o que vê

ao descobrir o olhar

palavras que morrem

sem mais sentido

matam no tom

toda a vida morreu

no instante

­

todo o pensar cedeu

de repente

­

o delírio de acabar com a mente gritante

se desfez no prazer do presente

processar tudo

aproveitar tudo

odiar tudo

amar tudo

­

o caos mental

de polos extremos

pra se sentir

com prazer

milhões de palavras

gritadas em público;

todas irreconhecíveis

­

vindas de versos estranhos

de vários lugares;

todos misturados

­

os ouvidos confusos

doem à semanas

ouvindo o locucionar

completamente desesperado

o monstro do olhar

agora olha,

mas seu olhar

é insaciável

­

ele as despe observando cada detalhe

as conhece vislumbrando cada palavra

e se satisfaz assistindo a obra tocar

­

pobres vítimas.

talvez nem faminto estava o monstro,

mas o maldito olhar confuso

já consumiu seus corpos nus

palavra de peso

palavras de peso pesam

­

e pesar palavras com peso?

e pesar pesos com peso?

e palavrear peso?

­

peso pesa de ouvir palavra

4 kilos de amor

sem libras

­ou ano Luz

esfaquear o coração

e bombear com universo

a coisa tem cores

de frequências do além

­

olhos não enxergam,

ou não foi feita pra ver?

se abstrato fosse claro

quem dormiria imaginando?

as mãos giravam milagres

fazendo o desejo

prazer e frenezi

virar vácuo

­

seu corpo não é de aproveito

sobrenome não é de querer

não sem contexto

­

as marcas contam histórias

o olhar é liberto no caos

a boca dissolve tempo com som

e o corpo

são milhões de tudo

que contorce queimando

o vazio

disse absurdos

incompreensíveis

ao lembrar que existe

a cabeça

girando parada

­

o mundo

parado, girando

­

o corpo

girado parado

­

então paro,

giro e

esqueço

[...]

­

­

da cabeça

parada girada

­

do mundo

girado parado

­

do corpo

incontáveis pensamentos complexos

carregados de sentimentos estranhos

­

­a recém vida cheia do que não teve

transbordando do pouco de tudo

e se a mente feliz quer falar?

mil palavras, sentenças, poemas

­

porque é tão confuso pensar?

explodir as vezes acalma

o cíclico relógio bate

e seu som

remete morte

­

mundanas as pessoas

irrelevantes os hábitos

inconstantes os gostos

­

em algum momento

todos inexistentes

partes de memórias nostálgicas

de uma mente triste

formas contorcidas,

imprevisíveis,

hipnotizantes.

­

tímidas aparições

aconchegam,

arrepiam.

­

mas o problema do fogo

é que sentir demais

queima.

portas ­

mesmo as que guiam ­

são deixadas em casa ­

https://devvand.itch.io/take-your-door-w...

que haja depressão ­

mesmo em som de água corrente

dizer com peito

que tem magia ­

­

e da cartola

vestir a obra

se sentido não existe

em significados metafóricos

­

que o mundo seja roxo

ultravioleta

tem ouvido?

do ouvido vivido?

­

então ouviu vívido?

ele morreu?

quem te ensinou a amar?

quatro flores

me disseram quatro nomes

­

mas quatro aromas

nem nome têm

perguntou se ainda vê

e ofereceu um cigarro barato

­

a fumaça cheira morte

mas sempre é bom fumar com medo

mudanças que correm

sentimento passado

no caos do atual

é tudo irreal

a confusão que define

o caos que liberta

­

o procurar do sentido

do ser incapaz

­

sem resposta iminente

ou explicar eficaz

­

estranhamente

lhe fazem andar

o sentido se perde

na calmaria latente

­

mas mal sabia a mente

que o vazio traz caos

a relatividade do tempo

se perdeu no toque

­

só o que existe é o momento

e ele dissolve

um oceano raso

onde há peixes felizes

que não conseguem nadar

­

pequenas ondas simplórias

constantes, repetitivas

sempre molhando os pés de quem o pisa

­

sua água não tem cor

é difícil distinguir tudo

e tentar o enxergar cansa

­

quem se afoga aqui...

seria também raso?

cravadas,

feitas como obras.

algumas marcas

contam histórias

­

alívio,

desistência,

euforia,

revolta.

­

nada mais que artistas

em busca de endorfina.