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“no mistério do sem-fim / equilibra-se um planeta / e, no jardim, um canteiro / no canteiro, uma violeta / e, sobre ela, o dia inteiro / a asa de uma borboleta”
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meu coração escreve sobre...
- celestial afrodite
- as mamães gansas
- a água definhada em nuvem
- “reclamo setembro como o precoce abril dos trópicos”
- o gotejar do orvalho em forma de pérola; aljôfares
- a sereia pequenina ter tornado-se espuma do mar; ar
- sílfides, fadas feitas do canto sereiano e da brisa perolada
- arcanjo anael; “graça,” ana; anjo venusiano
- o mar como cerúleo reflexo
- a mar e a ar, forças femininas mães da amor; a amor, mãe da aurora
- inícios: dar à luz, nascer, abril, alvorecer, brotar
- febo enamorado da nordestina açucena, beijando-a incessantemente na terra sem sombras; a açucena, mesmo apolínea em seu eu lírio, mais apaixonada pelos mistérios do velho chico
- maçã, fruta do amor; maçã-eva, maçã-julieta
- minha distância da racionalidade apolínea e da insanidade dionísiaca, minha falta de ajuste nesses platônicos conceitos; achando-me enquanto a beleza venusiana, coberta por véu rendado e filtro cor-de-rosa
- amor; beleza; vida
- as danças da natureza
- as eva, julieta, ofélia, injustiçadas na literatura
- vilarejo da fertilidade harmônica da vida, a paz de espírito dada pela auto-expressão, bondade e beleza
- as três graças
- o farfalhar das folhas enquanto o riso das fadas, a água enquanto a mais preciosa ambrosia da vida, o humano com a tez de linhas semelhantes às das árvores
- alvas aves; pombas, cisnes
- o beija-flor róseo como uma alegoria de minha existência
- a divindade no prazer corpóreo, na sensual quentura -- a pureza dos gestos, do carinho, do toque e do bater do coração; a desconstrução desses temas como pecaminosos ou sujos
- flores
- “pueris são as secas açucenas” e minha relação com a musa erato
- cantigas de ninar, ninhos
- o airoso enquanto a qualidade úmida e quente primaveril, aproximando-se mais do amor que qualquer outro elemento ou estação -- ainda que a força amorosa penetre em tudo
- o viver é sinfonia, mesmo no silêncio, e eu estou em incessante busca à minha própria melodia
- véu, grinalda, lua-de-mel, aliança, chuva de arroz; aspectos simbólicos da eterna união
- terras litorâneas e ilhas, o contraste entre a quentura seca da areia e o bálsamo das ondas
- o tom rosa do nácar dado por afrodite, deusa que a tudo toca com róseos dedos
- cartas-de-amor
- libra, os enamorados, ibeji
- a lua, conhecedora dos segredos, enigmática e mansa luz; seu contraste com o sol, astro-rei de lume capaz de cegar, que a tudo vê e à verdade expõe, mas que ao íntimo pouco conhece
- o abraço à infância e sua eterna alegria
- meus elementos lunares em prata, solares em dourado; encontro-me nos perolados da estrela d’alva
- campos elísios, jardim do éden e o paradisíaco na natureza
- florescimento, desabroche
- o refinamento e a procura à delicadeza e à suavidade
- a fusão entre o quente e o etéreo, coração e alma, pandemos e urânia; não há nada mais celestial que o corpo, mais elevado que o enlevar, mais eterno que o terno
- manhãs
- corais e arrecifes
- anjos e harpas, sílfides e liras, pã e sátiros e peter e a flauta, eu e o piano
- a desconstrução dos conceitos de passado, presente e futuro; efêmera é a existência, eterna é a vida
- a névoa ao redor das composições impressionistas e a pura beleza nos espetáculos de balé
- o abraço imorredouro de démeter em coré nas terras equatoriais; a eternidade do verão e da primavera
- amizades e namoricos entre ninfas e fadas, fêmeas no ápice da juventude; pique-niques, esconde-esconde por entre as flores, bem-me-quer e mal-me-quer, beijos de carinho e lascívia suave
- a essência do ser
- a vagarosidade e o suor dos tempos abris