Eu gostaria de eternizar momentos e guardar numa caixinha que abriria igual uma pokebola e vivenciar os momentos que guardei. Eu gostaria de eternizar meu avô, ele com seu jeitinho único amoroso, com seus vans nos pés e bebendo chá para me acompanhar mesmo nós dois sendo gulosos após a janta. Eu amo a maneira que minha avó é uma artista sem a elitização de movimentos europeus, ela coloca seu coração em suas pinturas de vidro e artesanato em tecidos, ela é perfeita. Um dos meus maiores maus é com certeza sofrer por antecipação, mas já faz algum tempo que não tenho mais aquela certeza que carrego no coração de que eles sempre estarão ali. Sinceramente, nem com meus pais. A gente tem essa mania de pensar que sempre vai voltar e estar igual, mas é uma grande farsa. E meu deus, avó Maria tava certa em dizer que eu sou muito delicada por que eu gostaria de viver um momento bonitinho com cada, um momento delicado e frágil que quando eu lembrasse eu sentisse vontade de chorar mas me encorajasse. Porque eles irão partir um dia e eu vou sofrer muito. Mas eles tem me deixado momentos que eu luto para não esquecer em minha mente, momentos delicados que me encorajam a ser uma pessoa melhor. Eu vou eternizar-los em meu coração e tentarei levar eles sempre comigo, por que se um dia eu voltar e sentar no sofá e meu avô não estiver lá, eu pelo menos poderei fechar os olhos e lembrar de quando ele sentava no sofá enrolado nas cobertas me contando seus casos para eu aprender com suas experiências. E tudo isso de agora me dói muito. Muito.