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não sei quando devo te contar que eu sempre vou embora
e deixo tudo
e deixo todos
é fácil pra mim mudar de cidade, de faculdade, de sotaque, de cerveja preferida.
meu único vínculo é com meus devaneios.
meu lar é meu delírio.
meu ninho é o abandono.
mas olhar pra você assim de lado, como os olhos beijando os meus, sorrindo como a criança de seis anos na foto da sua geladeira enquanto sinto a paciência das suas mãos envolvendo as minhas que em nada crê, me faz desejar que eu nunca mais queira ir embora.
mas eu ainda quero. faz parte da parte do meu signo que não sai no jornal.
eu quero dar o fora e quero que você venha comigo.