user image

"Paz é colocar sua cabeça no travesseiro à noite e dormir com a certeza de que você não enganou ninguém, não mentiu pra conseguir nenhuma vantagem ou usou de alguma forma ilícita pra conquistar alguma coisa ou alguém." Branda Braz

bookmarks:
listography GIVE A GIFT OF MEMORIES
FAVORITE LISTOGRAPHY MENTIONS
IMPORTANT NOTICES
MESSAGES
PRIVACY
list icon

Psicologia de um Vencido

"Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância… Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme – este operário das ruínas - Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!"

Versos Íntimos

"Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão – esta pantera - Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te a lama que te espera! O Homem que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera

Toma um fósforo, acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro. A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa ainda pena a tua chaga Apedreja essa mão vil que te afaga. Escarra nessa boca de que beija!"

A Esperança

"A Esperança não murcha, ela não cansa, Também como ela não sucumbe a Crença. Vão-se sonhos nas asas da Descrença, Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim não pensa; No entanto o mundo é uma ilusão completa, E não é a Esperança por sentença Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito, Sirva-te a crença de fanal bendito, Salve-te a glória no futuro – avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento, Também espero o fim do meu tormento, Na voz da morte a me bradar: descansa!"

Solitário

"Como um fantasma que se refugia Na solidão da natureza morta, Por trás dos ermos túmulos, um dia, Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia Não era esse que a carne nos conforta… Cortava assim como em carniçaria O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça! E eu saí, como quem tudo repele, -Velho caixão a carregar destroços-

Levando apenas na tumbal carcaça O pergaminho singular da pele E o chocalho fatídico dos ossos!"

oct 26 2017 ∞
apr 18 2023 +