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Nas ruas estreitas da Transilvânia, os edifícios revelavam intricadas esculturas em suas cornijas, representando mitos e lendas vampíricas as quais eram comemoradas pelo Noctis Festum. O odor enigmático de incenso permeava o ar, misturando-se com o aroma metálico característico e, até mesmo, familiar. À luz trêmula das velas banhavam o interior de alguns locais, os vampiros deslizavam pelas ruas com uma graça sobrenatural, suas sombras dançando nas paredes como espectros. Vestimentas de veludo negro e seda carmesim fluíam em meio a uma sinfonia de suspiros noturnos, um espetáculo visual para qualquer observador. Porém, a tensão se refletia nos reflexos opacos de seus olhos, que oscilaram entre a alegria da imortalidade e o peso de uma sensação atormentadora.

Nos arcos sombrios, as gotas de chuva noturna gotejam, ecoando como batidas de um frágil coração. Portas de ferro forjado rangeram suavemente, revelando a entrada de uma das igrejas usadas para celebrações frequentados por tais criaturas. Vários seres noturnos foram vistos saindo do local com expressões de tranquilidade, como se tivessem renovado os votos de paz refletidos pela comemoração daquela época do ano. Mas, um dos vampiros mais jovens, franziu o cenho quando os olhos enxergaram as sombras ganhando contornos avermelhados. Lentamente virou a cabeça em direção ao ponto de luz mais forte daquela noite, no céu.

— O… o que é aquilo? — A pergunta foi proferida num tom tão aflito que chamou a atenção de todos os outros seres ali dispostos, um a um, eles estavam olhando estupefatos para a coloração vermelho sangria sem saber o que estava prestes a acontecer.

Os vampiros pensaram serem os únicos estupefatos com aquela presença avassaladora, tão densa que chegava a ameaçar esmagar cada um dos ossos dos presentes. Mas, dentro da floresta e fora dela, todo ser sobrenatural vivo parou para testemunhar a elevação escarlate. A surpresa, no entanto, dava lugar gradativamente para o pânico.

─┄

As portas foram escancaradas com uma força brutal, Icarus Voss adentrou o salão da máscara com uma expressão de pura selvageria. As tochas fincadas as pedras cinzentas tremeluziram com sua passagem, o ar, que já estava deveras tenso, passou a ficar sufocante. Seus olhos percorreram os membros já sentados em seus devidos lugares, os quais encaravam-no com um misto de surpresa e indiferença já que previram tal reação do líder dos Sanguinarius.

— Bem, vejo como estão seguros o suficiente para começarem uma reunião dessas sem minha presença. — Sua voz soou irritadiça enquanto promulgou passos até seu respectivo assento.

— Não começamos a reunião, Icarus. Estávamos a tua espera, mesmo que não entendas muito da palavra urgência, pelo visto. — Seraphina Marrow ergueu as sobrancelhas enquanto observou Icarus fincar as unhas no encosto do material, prestes a tornar a se levantar.

— Chega, nós não temos tempo para desavenças fúteis. Quando convocamos esta reunião foi para discutirmos um assunto de extrema urgência, a qual não podemos fugir nesse momento. — Lucius Ironfang, líder dos Anciões, levantou-se lentamente e suspirou. — Irei direto ao assunto, não é apenas uma lenda, como muitos ainda acreditavam. — Sua conclusão foi direcionada para Rodrigo Serpentis, baseando-se em sua posição na última reunião. — A razão para chamarmos até mesmo os líderes de cada clã para participarem é que a Orbe Obscura ascendeu. — Uma chuva de sussurros e inquietação foi ouvida pelas fileiras, uma mescla de medo e até mesmo excitação.

— Quer dizer que além da preocupação com toda o contágio dos Sedentaurelus, a qual já deveria ter sido resolvida pelos nossos queridos Guardiões do Véu… — Octavius Sanguinarius se dirigiu minuciosamente para Valéria Thornfield, com um sorriso irônico nos lábios. — Ainda precisamos lidar com isso? Quanta ineficiência. — Isso fez Thornfield se levantar num sobressalto e derrubar a taça ao seu lado, deixando um longo rastro de sangue pela mesa.

— Como ousa falar dos guardiões desse jeito? Estamos dando nosso melhor, o que vocês estão fazendo além de causar intrigas? De qual lado A Corte das Sombras realmente está? — O esbravejar causou uma longa risada de Icarus Voss, enquanto Constance Shadowbone finalmente ergueu os olhos ferozes para fitar a vampira.

— Está nos acusando de alguma coisa, Valéria? — O clima ficou novamente tenso, sufocante o suficiente para Elara Luminaris interferir.

— Por favor, vamos manter a calma. O contágio dos Sedentaurelus está sendo cuidadosamente tratado, os guardiões estão garantindo a defesa de nossa espécie como podem. Vamos retornar ao tema principal, sim? Como feito desde o princípio, o Clã Luminaris ficará responsável pela guarda do artefato. — Ela lançou um olhar para Lucius, recebendo sua aprovação antes de Shadowbone esbravejar.

— Abençoada seja, deve ter sido a primeira da ninhada. — Ironizou com um olhar de indiferença para a Luminaris. — Sou completamente contra tal decisão, finalmente temos em mãos algo poderoso o suficiente para nos fazer invencíveis e vocês querem guardar no armário de Aurelius Thorne? — Seu tom era firme, como se a tivessem ofendido profundamente.

— Consegue ficar ainda mais ridículo quando dito em voz alta. — Octavius compartilhou uma risada com Voss antes de tomar um gole do sangue em sua taça.

— O artefato não é para ser usado por nenhum dos clãs, ele é perigoso o suficiente para colocar nossa existência em perigo. Precisamos proteger e guardar o artefato, evitando desavenças entre todos nós. — Lucius tentou retomar o controle da reunião, mas não pareceu ter convencido todos. Icarus levantou abruptamente de sua cadeira, com uma expressão ainda mais violenta.

— Por que eu deveria confiar nos Luminaris? Uma raça ruim que sempre deixou claro que hesitariam se precisassem escolher entre nós e os mortais, é um ultraje ficar aqui ouvindo isto. Agora damos esse poder para eles e então? Vão nos destruir e priorizar a raça humana…

— Chega, Sanguinarius! Você já passou de todos os limites. — Lucius rebateu com fúria, alertando-o como ele deveria se controlar imediatamente. Os olhares perduraram antes dele voltar a fitar o restante dos membros da mesa. — A decisão está tomada, o artefato ficará aos cuidados do Clã Luminaris. — Ninguém parecia satisfeito depois dos pontos levantados por Voss, mas a verdadeira raiva estava concentrada em pontos específicos da mesa. — Peço a Corte das Sombras que permaneçam nos passando qualquer informação importante acerca de tais acontecimentos, especialmente algo que ameace nossa paz. Guardiões do Véu, reforcem a proteção ao Clã Luminaris, pelo menos pelos próximos dias. Valéria e Rodrigo, continuamos, mais do que nunca, depositando toda nossa confiança em seus esforços. Os clãs precisam ficar sabendo dos últimos acontecimentos imediatamente, então os líderes já sabem o que fazer.

— Sim, senhor. — Os líderes dos quatro clãs responderam em conjunto.

— Encerremos a reunião de hoje. Boa noite, senhores, que a Sacerdotisa Lilith proteja todos nós. — Concluiu Lucius com um tom pesaroso, como um prelúdio de que as coisas jamais seriam iguais depois daquela reunião.

Antes mesmo dos vampiros marcharem para a saída, Constance Shadowbone empurrou a cadeira ruidosamente para trás e saiu bruscamente do salão acompanhada por Icarus Voss. Logo depois foi a vez de Octavius Sanguinarius se levantar, ele parou brevemente e observou os membros ali dispostos, sorriu de maneira totalmente desagradável e deu de costas. Os vampiros se entreolharam cautelosamente ao se erguerem de suas cadeiras, a confiança, de alguma maneira, estava extremamente frágil no mundo dos imortais.

dec 27 2023 ∞
jan 10 2024 +