⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀ ⠀ ⠀ Os guardiões do véu estavam mais uma vez reunidos para uma reunião de resenha semanal, a luz das velas lançava sombras dançantes pelas paredes antigas da sala secreta, enquanto a lareira crepitava suavemente, adicionando uma sensação de calor reconfortante ao ambiente sombrio. O ataque ao clã Luminaris foi algo inesperado que gerava uma onda de tensão palpável entre os guardiões, cujos olhares sérios refletiam a gravidade da situação. Na mesa de madeira escura, iluminada pela fraca luz das velas, surgiam vários nomes em documentos antigos, enquanto uma névoa etérea parecia pairar sobre eles, como se o próprio destino estivesse sendo escrito naquelas páginas.

Até que Elijah, supervisor dos relatórios do nível iniciante, adentrou na sala com passos silenciosos, seus olhos brilhando com determinação sob a luz das velas. Ele caminhou com confiança até Valéria, a líder dos guardiões, onde deixou à disposição um diário antigo e um relatório lacrado, sussurrando palavras sombrias que ecoavam na mente dos presentes. Valéria segurou o diário com mãos trêmulas, os símbolos antigos gravados na capa pareciam pulsar com uma energia sinistra, enquanto ela lia cada palavra com uma expressão séria e concentrada, seu olhar penetrante cortando o silêncio mortal que pairava sobre a sala.

— Cavalheiros. — Disse Valéria ao levantar-se, sua voz ecoando com autoridade sob o teto abobadado da sala secreta, enquanto ela sussurrava um encantamento antigo em romeno, invocando poderes além da compreensão humana. Um dos guardiões presentes começou a se contorcer sob a influência do encantamento, seu rosto contorcido em agonia enquanto Valéria avançava com uma determinação fria em direção a Dante, cujo olhar se tornou selvagem de medo ao ver o que estava por vir. Sem hesitação, Valéria retirou seu próprio coração com uma habilidade cirúrgica, um ato macabro que silenciou a sala, deixando todos os presentes atônitos.

— É sabido por todos que a corte das Sombras tem como principal função estar em todo lugar, exceto nos departamentos da Máscara, para obter informações relevantes que possam ajudar a comunidade. Por gerações, a máscara trabalha com base na confidencialidade e lealdade, se não temos isso, não temos nada. — Proclamou Valéria com uma voz firme e inabalável, seu olhar cortante varrendo a sala em busca de qualquer sinal de fraqueza entre os guardiões. Um servo aproximou-se com um pano para limpar as mãos ensanguentadas da líder, cujos dedos delicados estavam manchados com o sangue dos guardiões. A vampira agradeceu com um aceno de cabeça e voltou ao seu lugar, sua expressão impassível escondendo a tempestade de emoções que fervilhava dentro dela.

— Constance Shadowbone. — Disse o nome da líder da corte das sombras com um tom de desdém, como se o próprio nome fosse uma maldição a ser pronunciada com cautela. — Teve um relacionamento com Lucius para obter informações sobre a orbe, colocou um infiltrado em nosso departamento, estava envolvida no contrabando de artefatos mágicos e, o pior de tudo, foi a principal causadora do ataque ao clã Luminaris.

— Será que ela fez tudo isso sozinha ou teve ajuda de alguém? — Indagou um dos guardiões, cujos olhos faiscavam com curiosidade e preocupação.

— Octavius Sanguinarius deu a entender que ela deve estar atuando com aliados, visto que até atividades suspeitas foram detectadas na corte das sombras. — Respondeu o vice líder, Rodrigo Serpentis, com um olhar sombrio.

— Investiguem a família Shadowbone, todos os membros vivos, e quanto à Constance, vocês devem fazer uma busca e apreensão dela-….

Antes que pudesse terminar de proferir a última frase, uma vampira do nível mestre do clã Sanguinarius irrompeu na sala, sua presença desesperada cortando o ar com uma urgência palpável. O sangue escorria por sua testa em uma cascata rubra, seu corpo trêmulo revelando os sinais de uma luta. Um cheiro de veneno de vampiro pairava sobre o ar, uma ameaça silenciosa que envolvia a sala em um véu de perigo iminente.

— Eles mataram todos… eles mataram todos os vampiros videntes do nível aprendiz e iniciante, eles acabaram com a vila onde estavam. — Sua voz era um sussurro rouco, um último suspiro de vida antes do abismo da morte reclamá-la para sempre.

— Os strigoi? — Indagou Valéria, seu coração batendo com uma mistura de raiva e determinação.

— Não… — A vampira cuspiu sangue, seus olhos brilhando com uma determinação feroz. — Os-….— Infelizmente, suas palavras foram interrompidas pela inevitabilidade da morte, seu corpo desabando nos braços de Valéria, cujo rosto impassível escondia a dor e a ira que fervilhavam dentro dela.

Elijah aproximou-se com uma expressão sombria, seu olhar perspicaz examinando o pulso da vampira morta em busca de respostas ocultas. Um símbolo antigo estava desenhado em sua pele pálida, uma marca sinistra que anunciava o retorno de um mal há muito adormecido.

— Caçadores. Eles estão vindo. — Disse Elijah em um tom preocupado, suas palavras ecoando como um presságio sombrio no ar carregado de tensão. — Valéria.

— Eu sei. — Respondeu Valéria com uma determinação fria em seu olhar, sua mente já traçando os próximos passos na batalha iminente que se aproximava.

A mulher levantou-se com uma graça predatória, seu olhar cortante varrendo a sala em busca de qualquer sinal de fraqueza entre os guardiões.

— Façam uma busca e apreensão de Constance Shadowbone, investiguem a família dela para ver se existem envolvidos, levem todos os videntes para o círculo do oráculo e peçam a uma das bruxas do Mother Gaia para vos auxiliar com a construção da barreira. Rodrigo, você ficará encarregado das coisas aqui na Transilvânia, Elijah comece a treinar os vampiros do nível avançado para que façam rondas e estejam preparados para uma possível guerra. Eu farei uma viagem para ver como anda a situação em outros lugares e detalhe, nada disso deve sair daqui enquanto não tivermos a situação sob controle.

Sendo assim, todos os guardiões do véu saíram do local às pressas, suas capas negras esvoaçando atrás deles. Valéria escreveu uma carta para o conselho dos anciões informando a situação com detalhes, seu gesto solene ecoando a gravidade da ameaça que pairava sobre eles antes do morcego voar para entregar a informação, seu voo veloz cortando o céu noturno como um presságio sombrio do perigo que os aguardava.

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