Não entendeu ainda a tal da Guerra da Síria? É difícil mesmo!! Vou tentar explicar de um jeito simples.... Vamos lá!
Há mais de 40 anos a Síria é governada pela família Assad. Os caras são ditadores e lá não tem essa história de democracia, mas a coisa tava indo bem porque o país estava crescendo. Então a população tava "de boas". Isso até meados de 2010-2011.
Mais ou menos em 2011 uma galera ficou de bode do governo, que parecia privilegiar determinados grupos, e começaram uma série de protestos. Se a Síria fosse a cidade de São Paulo, diríamos que quem começou a protestar foi o pessoal de Santana (zona norte) e o pessoal de Interlagos (zona sul). O governo por sua vez, que seria o eixo Perdizes-Jardins-Itaim, começou a repreender com força os protestos dos rebeldes da ZN e ZS. "Com força" leia-se começou a matar nego na rua!!! Meter bala na turma mesmo.
Essa atitude do governo gerou muita revolta e esses grupos de rebeldes anti-governo começaram a crescer. Cresceram tanto que começaram a se dividir e brigar entre si. Pra fazer um paralelo com Brasil, seria o equivalente ao Vem pra Rua e o MBL começarem a descer a porrada um no outro. Isso enfraqueceu o movimento rebelde porque ninguém (nenhum país) daria a apoio a pequenos grupos. E pau começou a comer solto lá.
Em um determinado momento, a Rússia (que tem interesses econômicos na Síria) começou a apoiar o governo do Assad. Aí os EUA pensaram "Bom, se a Rússia tá desse lado, por eliminação, estou do lado oposto" e começou a apoiar os grupos mais moderados de rebeldes.... E os EUA começaram a fornecer secretamente armas e treinamento pra esses rebeldes moderados.
A Turquia, vizinha da Síria e que também não curte o Assad, mandou um #tamojunto pros EUA e também começou a ajudar os rebeldes. E a coisa começou a ficar bem feia. Mas bem feia mesmo.
Aiiiiiii bicho...aconteceu uma coisa com a qual ninguém contava: CHEGOU O PESSOAL DA ZL!!!
Linha vermelha lotou geral com a turma de Itaquera. O problema é que a ZL da Síria não são os simpáticos corinthianos daqui de São Paulo. A ZL da Síria foi dominada pelo Estado Islâmico (ISIS) que começou a marchar em direção ao Itaim (Damasco) fazendo um arrastão. Por onde passaram deixaram um rastro de destruição e morte que não preciso citar aqui.
O pessoal do Estado Islâmico é contra o governo e também contra os rebeldes e aproveitou essa confusão toda pra passar o trator em geral no país.
Como se não bastasse, apareceu uma galera independente no norte, tipo em Guarulhos, que apóia o governo mas que tá na deles....tipo "deixa a gente aqui que tamo de boa, mas se pisarem no nosso calo a gente vai pro pau".
Por fim, PRA COROAR O BALACOBACO, a Síria é dividida em etnias e alguns países começaram a APOIAR LADOS ESPECÍFICOS DE ETNIAS ESPECÍFICAS. Como se alguém decidisse apoiar não o Vem pra Rua, mas APENAS os "palmeirenses do VPR". Enquanto isso outro país resolveu patrocinar APENAS os São Paulinos do PSOL... E aí conflito cresceu mais ainda.
"E como tá a coisa hoje???" Tá todo mundo brigando com todo mundo E NINGUÉM TÁ ENTENDENDO MAIS NADA. Esse "mosaico de guerra" gera uma situação muito difícil porque ninguém sabe nem como intervir.
"Ahhhhhh e o que é a tal de Aleppo que o pessoal fala por aí????" Aleppo é a maior cidade da Síria e é também o olho do furacão dessa guerra. A cidade é um dos centros do conflito e está dominada por rebeldes e cercada por forças do governo. É como se tivesse um monte de gente ilhada dentro do Campo de Marte, sofrendo com os abusos da milícias do lado de dentro e com os bombardeios do governo do lado de fora.
"E o que mais precisamos saber???" Bom, primeiro que já morreram mais de meio milhão de pessoas nessa brincadeira. E outros 6 milhões estão refugiados ou procurando um lugar seguro para continuarem a viver suas vidas.
"E o que podemos fazer pra ajudar???" ALÉM DE REZAR, podemos doar dinheiro para organismos de ajuda internacional que estão dando apoio a feridos e refugiados. Mas cima de tudo, precisamos fazer pressão para que os governos internacionais se posicionem. Não sei se tem solução. Mas acho que pelo menos poderíamos tentar.
A gente vai no cinema chorar com o filme da Lista de Schindler e parece que não está vendo o holocausto ao vivo e transmitido pelo Twitter que estamos presenciando em 2016.
Meu post não é preciso e nem tem essa pretensão. A idéia aqui é ajudar as pessoas a entenderem a dimensão e a gravidade desse problema que, sim, É NOSSO TAMBÉM.