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A história de Nam Yeseul começou bem antes de seu nascimento, quando Minhee, sua mãe, começou a estudar Filosofia na SNU. O magnetismo a respeito do esoterismo, numerologia, astrologia e afins, foi muito forte para que a estudante pudesse resistir. Acabou fazendo disso o seu motor na vida, estudando a fundo cada vez mais e descobrindo em uma ocasião específica demais, que conheceria um homem em questão de meses e que ele seria o pai de seus filhos; algo como “sentir que há uma criança na minha frequência” ou “tomara que nasça no signo de Virgem”. As ideias consideradas “malucas” de Minhee chamaram atenção de Junseok, um trabalhador e seguidor do Jogyesa Temple, que seguia os princípios budistas e que vivia batendo boca consigo nas aulas. E não era que o tal seria o pai de seus filhos? Apesar das diferenças de crenças e da relação complexa, Minhee e Junseok tinham muito respeito um pelo outro, sendo capazes de, aos poucos, aprofundarem suas visões de mundo.
Foi no clima ameno de outono que Yeseul, a primogênita, veio ao mundo como sua mãe desejava: uma virginiana proveniente de um parto natural, sem necessidade de médicos ou medicamentos, algo que chamou a atenção de vizinhos curiosos que queriam a todo custo saber a natureza de alguns gritos na pequena casa de Gwangju. A criação de Yeseul, assim como de sua irmã mais nova, foi baseada em princípios de equilíbrio, gentileza e empatia, porém, sua infância e parte da adolescência foram marcadas como um momento mais introspectivo, de uma pressão em ser alguém na vida, ainda que isso não fosse algo reforçado pela família.
Curiosa e criativa em sua essência, a Nam tinha um dom natural para expor seus sentimentos e até mesmo criar histórias curtas que tinham como teor suas experiências pessoais e o que via no dia a dia em algumas visitas ao templo. De acordo com sua mãe, Yeseul era regida pelo número nove, que na numerologia significa ser alguém criativo, com grande empatia e compaixão, com sabedoria e maturidade precoce, e se fosse reparar… Não era muito diferente de tal descrição, fazia total sentido, aliás.
Recém-formada na Yonsei University no curso de Jornalismo, Yeseul havia conseguido um estágio na Céci Korea que em pouco tempo se tornou um cargo efetivo na redação de crônicas da revista tão conceituada no meio. Era uma junção do que gostava de fazer com seu trabalho, porque além do seu trabalho na revista, ela era dona do blog keopiwasi, o local onde expunha seus textos mais pessoais, uma reflexão do que era em seu íntimo.