- O tempo passa, a gente deixa de se amar, e fica se perguntando, para que afinal serve a vida? Para nada, parece. Todas as tardes, quando fecho o escritório, penso: mais um dia se foi, esse não incomoda mais. Centauro no Jardim (Moacyr Scliar)
- Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações. A Culpa é das Estrelas (John Green)
- Estêvão pedia muito, mas bem pouco o contentava. A imaginação multiplicava os zeros. A Mão e a Luva (Machado de Assis)
- Fiquei vendo meu reflexo e as árvores por trás por um longo tempo. Não pensei em nada. Não senti nada. Não ouvi o disco. Isso durou horas. Tem alguma coisa errada comigo. E eu não sei o que é. As Vantagens de Ser Invisível (Stephen Chbosky)
- Às vezes acho que meu pai é uma acordeão. Quando ele olha para mim, sorri e respira, eu escuto as notas. A Menina que Roubava Livros (Markus Zusak)
- O amor não enxerga com os olhos, e sim com a mente, e por isso pinta-se cego o Cupido alado. Tampouco a mente do Amor tem faro para qualquer discernimento. Com asinhas e sem olhos, representa a pressa da imprudência. Dizem, portanto, que o Amor é uma criança porque, ao escolher, ele é tantas vezes enganado. Como meninos travessos numa brincadeira quebram as próprias promessas, assim o menino amor comete perjúrio em todo canto. Sonhos de uma Noite de Verão (William Shakeaspeare)
- Valia a pena lutar, sofrer, trabalhar como um animal para depois ir servir de comida aos vermes da terra? Devia existir um deus que governa o mundo e as pessoas, um ser poderoso acima do qual nada existe. Mas ninguém sabe direito o que esse deus pretende. Pelo menos ele, Pedro Terra, não sabia. O vigário fazia sermões e falava em céu e inferno, mas as vezes Pedro se convencia de que o céu e o inferno estão aqui embaixo mesmo, neste mundo velho e triste, que no fim de contas é mais inferno que céu. O continente parte 1 (Érico Veríssimo)
- Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resulta das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil. Quem é você, Alasca? (John Green)
- Pensei no lento processo de tornar-se esqueleto, depois fóssil, depois carvão e dali a milhares de anos, ser extraído pelas pessoas do futuro, que aqueceriam suas casas com ela e a transformariam em fumaça, ondulando numa chaminé, cobrindo a atmosfera. Às vezes , ainda acho que a "outra vida" é algo que inventamos para apaziguar a dor da perda, para tornar nosso tempo no labirinto suportável. Talvez ela fosse apenas matéria, e a matéria se recicla. Quem é você, Alasca? (John Green)
- Somos capazes de sobreviver a essas coisas horríveis, pois somos tão indestrutíveis quanto pensamos ser. Quando os adultos dizem: "Os adolescentes se acham invencíveis", com aquele sorriso malicioso e idiota estampado na cara, eles não sabem o quanto estão certos. (...) Pensamos que somos invencíveis pois realmente somos. Não nascemos, nem morremos. Como toda energia, nós simplesmente mudamos de forma, de tamanho e de manifestação. Os adultos se esquecem disso quando envelhecem. Ficam com medo de perder e fracassar. Quem é você, Alasca? (John Green)
- Sei ter o pasmo comigo Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a completa novidade do mundo... O Guardador de Rebanhos (Alberto Caieiro)
- Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do universo Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... O Guardador de Rebanhos (Alberto Caieiro)
- Bendito seja eu por tudo quanto não sei. É isso tudo que verdadeiramente sou. O Guardador de Rebanhos (Alberto Caieiro)
- Todo o mal do mundo vem de nos importarmos uns com os outros O Guardador de Rebanhos (Alberto Caieiro)
- Antes o voo da ave, que passa e não deixa rastro, Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão. A ave passa e esquece, e assim deve ser. O animal, onde já não está e por isso de nada serve, Mostra que já esteve, o que não serve pra nada. A recordação é uma traição à Natureza, Porque a Natureza de ontem não é Natureza. O que foi não é nada, e lembrar é não ver. Passa, ave, passa, e ensina-me a passar... O Guardador de Rebanhos (Alberto Caieiro)
- Ah, quisera eu que em Santa Maria pudesse encontrar alguém que também estivesse à procura de alguém, e se a ninguém me fosse dado encontrar, que ao menos me encontrasse a mim mesmo, perdido que andava na pradaria sem carril da minha alma atormentada. Dançar Tango em Porto Alegre (Sergio Faraco)
- Talvez fosse mais importante ser compreendido que amado. 1984 (George Orwell)
- Chorar é o que sobra na escuridão asfixiante de dentro de outra pessoa, quando você vê que tudo o que já conseguiu na vida terminará no lixo. Tudo que você já teve orgulho será jogado forá. E me sinto perdido. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Esta é sua vida e ela está acabando, um minuto por vez Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Um minuto era o suficiente, Tyler falou, a pessoa tinha de trabalhar duro para fazer aquilo, mas um minuto de perfeição valia o esforço. Um momento era o máximo que você poderia esperar de algo perfeito. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- - A garota do 8g não acredita em si mesma - Marla grita -, e tem medo de que, quanto mais velha for ficando, menores serão suas opções. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- - Apenas depois de perder tudo é que você estará livre para fazer qualquer coisa - Tyler diz. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Eu amava minha vida. Adotava cada parte da mobília. Eram a minha vida. Tudo que estava lá, abajures, cadeiras, sofás, era a minha cara. Os pratos nos armários eram eu. As plantas eram eu. A televisão era eu. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Quando Tyler inventou o projeto Desordem e Destruição, ele disse que a meta não tinha nada a ver com outras pessoas. Tyler não se importava se outras pessoas se ferissem ou não. A meta era ensinar cada homem no projeto que ele tinha poder para controlar a história. Nós, cada um de nós, pode controlar o mundo. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Somos os filhos do meio de deus, de acordo com Tyler Durden, e não temos lugar especial na história nem atenção. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Enquanto permanecer no clube da luta você não é definido por quanto dinheiro tem no banco. Você não é o seu trabalho. Não é a sua família nem é quem acha que é. Você não é seu nome. Você não é seus problemas. Você não é sua idade. Você não é suas esperanças. Você não será salvo. Todos vamos morrer um dia. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Agora, o incrível milagre da morte, quando em um segundo você está andando e falando e no próximo virou um objeto. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Há uma categoria de homens e mulheres jovens e fortes que querem dar a própria vida por algo. A propaganda faz essas pessoas irem atrás de carros e roupas que elas não precisam. Gerações têm trabalho em empregos que odeiam para comprar coisas de que realmente não precisam. Não temos uma grande guerra em nossa geração ou uma grande depressão, mas na verdade temos, sim, é uma grande guerra de espírito. Temos uma grande revolução contra a cultura. A grande depressão é a nossa vida. Temos uma depressão espiritual. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Somos os filhos do meio da história, criados pela televisão para acreditar que algum dia seremos milionários, astros do filme ou da música,mas não seremos. E estamos entendendo isso agora. Clube da Luta (Chuck Palahniuk)
- Ele me advertiu que entre os adultos, muito poucos me entenderiam, porque para eles era mais fácil acreditar no terrível do que no maravilhoso Ami - O menino das Estrelas (Enrique Barrios)
- Talvez achasse que eu era igual a ele. Mas, infelizmente, não sei enxergar ovelhas através de caixotes. Talvez eu seja um pouco como a gente grande. Devo ter envelhecido. O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- Mas, se for de uma erva daninha, será preciso arrancar a planta logo, assim que identificada. Ora, havia sementes terríveis no planeta do princepezinho... Eram sementes de baobá. O solo do planeta estava infestado por elas. Ora, no caso do baobá, se isso for feito muito tarde, a gente nunca mais consegue se livrar deles. Abarrotam todo o planeta. E o perfuram com suas raízes. E, se o planeta for pequenininho e os baobás muito numerosos, eles o arrebentarão. O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- Alguém que ama uma flor como um único exemplar nos milhões e milhões de estrelas sente-se feliz só de olhar para elas. E pensa: "minha flor está lá, em algum lugar..." Mas, se a ovelha comer a flor, para ele é como se, de repente, todas as estrelas se apagassem! E não é importante isso?! O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- Os humanos ocupam pouquíssimo espaço na Terra. Se ficassem em pé, um pouco apinhados como num comício, os dois bilhões de habitantes que povoam a Terra se acomodariam facilmente numa praça pública de vinte milhas de comprimento por vinte milhas de largura. Seria possível empilhar a humanidade na menor ilhota do Pacífico. A gente grande, claro, não acreditará. Gente grande imagina que ocupa muito espaço. Acha-se importante, como os baobás. Então, deve-se aconselhá-la a fazer o cálculo. Gente grande adora números: vai gostar. Mas não perca tempo nessa tarefa penosa. É inútil. Confie em mim O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- _-Onde estão os humanos? - reatou finalmente o princepezinho. - A gente fica um pouco solitário no deserto...
- A gente fica solitária também entre os homens - disse a serpente_ O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- _ - Não - disse o princepezinho - Estou procurando amigos. O que significa cativar?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa - significa "criar laços". - Criar laços? - Isso mesmo - disse a raposa - Para mim, você não passa de um menino parecidíssimo com cem mil meninos. E eu não preciso de você. E você também não precisa de mim. Para você, não passo de uma raposa parecida com cem mil raposas. Mas, se você me cativar, precisaremos um do outro. Para mim, você será único no mundo. Para você, serei única no mundo_ O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- - Minha vida é monótona. Caço galinhas, e os humanos me caçam. Todas as galinhas se parecem, e todos os humanos se parecem. Ando um pouco entediada. Mas, se você me cativar, será como se minha vida se enchesse de sol. Vou reconhecer um barulho de passos que será diferente de todos os outros. Os outros passos me fazem correr para debaixo da terra. Os seus me chamarão para fora da toca, como música. E olhe só! Está vendo os trigais, acolá? Eu não como pão. Trigo para mim é coisa inútil. Os trigais não me lembram nada. E isso é triste! Mas você tem cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me cativar! O trigo, que é dourado, me fará lembrar de você. E eu vou gostar do ruído do vento no trigo... O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- - Seria melhor se tivesse voltado na mesma hora - disse a raposa - Se, por exemplo, você vier às quatro da tarde, às três horas já começarei a ser feliz. Quanto mais a hora avançar, mais feliz me sentirei. Às quatro horas, já estarei agitada e inquieta: descobrirei o preço da felicidade! Mas, se você vier a qualquer hora, nunca saberei a que hora preparar o coração... É preciso ritos. O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- _ - Adeus - disse a raposa - Eis meu segredo (ele é muito simples): só se enxerga bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. E o tempo que você gastou com sua rosa é que faz sua rosa ser tão importante. Os humanos esqueceram essa verdade. Mas você não deve esquecê-la. Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativou. Você é responsável por sua rosa..._ O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- As estrelas são bonitas por causa de uma flor que a gente não vê... O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
- Sentada sob a luz artificial que os cilindros fluorescentes jorravam sobre nós, eu pensava sobre a ilusão de sermos, cada um de nós, o herói de alguma epopeia pessoal, quando na verdade éramos basicamente organismos idênticos colonizando um vasto cômodo sem janelas que cheirava a desinfetante e fritura. Tartarugas Até Lá Embaixo (John Green)