- Nora baixou o olhar para o pequeno sinal na mão esquerda. Aquele sinal tinha passado por tudo o que ela havia passado. E continuava ali, indiferente. Apenas sendo um sinal. A Biblioteca da Meia Noite (Matt Haig)
- - Nunca subestime a grande importância das coisas pequenas - disse a Sra. Elm - Você deve sempre se lembrar disso. A Biblioteca da Meia Noite (Matt Haig)
- - A vida é estranha - disee ela. - O jeito como a vivemos toda de uma vez. Numa linha reta. Mas esse não é o todo, na verdade. Porque a vida não é feita só das coisas que a gente faz, mas das coisas que a gente não faz também. E cada momento da nossa vida é um tipo de... bifurcação. A Biblioteca da Meia Noite (Matt Haig)
- Mas a verdade é que só funciona pela metade, sabe? Lugares são lugares, e lembranças são lembranças, e a vida é a maldita vida A Biblioteca da Meia Noite (Matt Haig)
- Ela havia pensado, em suas horas noturnas e suicidas, que a solidão fosse o problema. Mas isso porque não tinha sido uma solidão de verdade. A mente solitária na cidade movimentada anseia por conexão porque acredita que a conexão humano-humano é o sentido de tudo. Mas, em meio à natureza pura (ou o "tônico selvagem", como Thoreau o chamava), a solidão assumia um caráter diferente. Tornava-se, em si mesma, um tipo de conexão. Uma conexão entre si mesma e o mundo. E entre ela e ela mesma. A Biblioteca da Meia Noite (Matt Haig)
- Quando você fica muito tempo num lugar, esquece como o mundo é grande e vasto. Não tem noção da extensão de suas longitudes e latitudes. Assim como, supôs ela, é difícil ter noção da vastidão dentro de qualquer pessoa. A Biblioteca da Meia Noite (Matt Haig)
- Vi tanta crueldade ao longo do tempo, e mesmo calejada me comovo ao ver os homens derramando sangue para destruir sonhos. Vi senhores enforcarem seus escravos como castigo. Cortarem suas mãos no garimpo por roubarem um diamante. Acudi uma mulher que incendiou o próprio corpo por não querer ser mais cativa de seu senhor. Mulheres que retiravam seus filhos ainda no ventre para que não nascessem escravos. Que davam a liberdade aos que seriam cativos,e muitas delas morreram também por isso. Mulheres que enlouqueceram porque se separaram dos filhos, que seriam vendidos. Vi um senhor cruel deitar com mulheres negras e abandonar seus corpos castigados à morte, como se quisesse expurgar o mal que o fazia cair. Outro fez do corpo de seu escravo um reparo para o barco imprestável em que navegava. Entrava água na embarcação. O barco chegou ao seu destino com o homem afogado. Vi homens e mulheres venderem seus pedaços de terra por uma saca de feijão ou uma arroba de carne, porque não suportavam mais a fome da seca. Severo morreu porque pelejava pela terra seu povo. Lutava pelo livramento da gente que passou a vida cativa. Queria apenas que reconhecessem o direito das famílias que estavam havia muito tempo naquele lugar, onde seus filhos e netos tinham nascido. Onde enterraram seus umbigos, no largo de terra dos quintais das casas. Onde construíram casas e cercas. Torto Arado (Itamar Vieira Junior)
- É mesmo, às vezes a vida podia ser tão brutal que as únicas coisas que a tornavam suportável eram os sonhos. As Alegrias da Maternidade (Buchi Emecheta)
- "Deus, quando você irá criar uma mulher que se sinta satisfeita com sua própria pessoa, um ser humano pleno, não o apêndice de alguém?", orava ela em desespero. As Alegrias da Maternidade (Buchi Emecheta)
- A alegria de ser mãe era a alegria de dar tudo aos filhos, diziam. As Alegrias da Maternidade (Buchi Emecheta)
- O mais assustador é que a única coisa que separava um momento de tranquilidade da maior tragédia da minha vida era uma simples escolha de não fazer aquilo. Isso me deixou atordoado, a precariedade do equilíbrio da vida. Não existia nenhuma força todo-poderosa para impedir coisas que não deveriam acontecer de acontecerem. Daisy Jones & The Six (Taylor Jenkins Reid)
- O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. Desumanização (Valter Hugo Mãe)
- Mas a vida não pertencia aos sonhadores, ainda que talhados para o sucesso. A vida era dos que sobravam. Desumanização (Valter Hugo Mãe)
aug 12 2021 ∞
may 23 2022 +