Sonhos... é difícil tê-los, não é? É. As pessoas julgam sempre o que é meio-diferente, diferente, o que é inovador ou arcaico. Tudo tem que ser aquele padrão de merda imposto para nós. Temos que ser os rockeiros, os regueiros, os funkeiros, os sertanejos, e principalmente, sermos os normies. Quando eu optei, optei mesmo, por ser casto, por ser aquele cara mais romântico, mais estudioso (mesmo perdendo vários anos escolares), mesmo tentando ser mais gentil as pessoas, me fodia sempre. As pessoas não ligam para nada disso, não querem pessoas boas, querem pessoas ruins. Sim, elas querem pessoas ruins, assim elas podem ser as vítimas, todos querem ser vítimas. Negros, mulheres, gordos, todas as minorias. E até a maioria tenta. Assim todos podem viver dizendo que foi impossibilitado, que não teve opção, que não teve escolha a não ser desistir, sempre sendo a vítima. Eu segui em frente, sendo quem eu sou, até hoje me ferro. Tentei mudar o que eu sou, quem eu era, só pra satisfazer as pessoas mas, felizmente aprendi que isso é o PIOR dos erros. Cara, ainda bem que eu não mudei quem eu sou. Vou contar uma história sobre mim, bem curta, afinal de contas ninguém quer ler sobre minha vida. Eu fui criado em diversas casas, por diversos motivos, não tive muitos amigos e todos eram passageiros, temporários. Meus amigos de maior data estão todos afastados, as lembranças? Não existem pois não possuo. São efêmeras. Tive, quando petiz, pouco envolvimento com o mundo exterior, apenas tinha contato com as pessoas ao meu redor, familiares, etc. Fugia sempre de relações mais longas (com garotas) pois não tive tanto contato com minha mãe no período da adolescência, tinha medo. E, por incrível que pareça, a depressão foi a melhor coisa que me aconteceu. Aprendi tudo que quis, mudei-me para melhor, mudei para meu ser. Agora eu posso dizer que eu estou o mais próximo do meu verdadeiro ser do que qualquer pessoa que eu conheço. Não sou santo, prefiro ser demônio pois assim teria liberdade. E liberdade vale ouro. Bom, agora que vocês já sabem um pouco sobre mim, podemos voltar ao assunto inicial. Minha adolescência foi estranha, bem estranha, me envolvi com todo o tipo de pessoa que eu tive contato, desde agnósticos, ateus, católicos, evangélicos, macumbeiros não, mórmons sim. Desde feministas, machistas, de direita, de direita, pró governo, etc. Consegui ter uma base incrível de pessoas para me influenciar e me influenciei por mim mesmo, optei pelas minhas próprias escolhas. Optei pela raiva. A raiva de ver UMA pessoa fazer mal a uma MASSA. Ou seja, um político fazer mal a minoria, aos pobres e infortunados. Imagina, você trabalhar cinquenta anos e morrer sem um tostão no bolso. É. Ódio eu possuo. Voltando... Nunca me envolvi com quaisquer garotas, ou homens. O que eu fiz? Igual muitos, me refugiei. Jogos, pornografia, seriados, animes, masturbação, etc. Fugi do mundo real, saí da escola, engordei, perdi minha socialidade. Depressão, ateísmo, psicologicamente abalado e... só. E este era só o começo. Bom, para resumir isso tudo vamos pular para alguns anos após essa merda de fase. Voltei pra escola, encontrei uma religião que eu me encaixava perfeitamente: o mormonismo (A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias). Ainda não tive relacionamentos algum, sou a pessoa mais solitária que conheço, mas reconheço uma coisa: realidade, sonhos. A maioria das pessoas, como eu, estão (estamos) apenas fugindo da realidade, da hipocrisia, da liberdade. Estamos nos privando, por que não podemos ser diferentes? Vamos acabar morrendo. Hoje, não sou diferente, afinal de contas, não existe diferenças. Somos apenas uma coisa: um bando de hipócritas. Queremos ser superiores. Ou não? Eu apenas queria uma coisa: me aceitar. Sim, no final de contas queremos um só objetivo, sermos aceitos por nós mesmos. Não deixar as pessoas apontar para nós e dizer isso ou aquilo. Porra, por que eu não posso ser o Batman? Eu sei, ele é um bosta. Enfim. Eu queria ser aceito, fui recusado, fiquei só, encontrei a solidão e viciei, fugi e me encontrei, agora estou aqui. Anões, o que eu neste texto grande queria dizer para vocês é uma simples mensagem: se aceitem. sonhem. foda-se os outros. E, felizmente, estou dizendo isso sem hipocrisia alguma. É a realidade.