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  • Minha mente então fez seu primeiro esforço sério para lembrar o que lhe haviam ensinado a respeito do céu e do inferno. E pela primeira vez recuou, confusa. E pela primeira vez, olhando para trás, para os lados e para frente, viu ao seu redor um incomensurável abismo. Sentiu que havia apenas um ponto de apoio: o presente.
  • deliciei-me com as belas pinturas que eu via no escuro. Tudo feito por mim: casas e árvores livremente pintadas, rochedos e ruínas pitorescos, rebanhos em pequenos grupos à maneira de Cuyp, doces pinturas de borboletas sobrevoando botões de rosas, pássaros bicando cerejas maduras, ninhos de cambaxirras contendo ovos do tamanho de pérolas, tecidos com gravetinhos de hera.
  • dali por diante voltei a trabalhar com afinco, decidida a abrir meu caminho através de qualquer dificuldade. Lutei duramente, e meu sucesso foi proporcional aos meus esforços. Minha memória, que não era muito boa, melhorou com a prática. O exercício aprimorou a minha inteligência. Em poucas semanas passei para uma turma mais avançada. Em menos de dois meses fui autorizada a aprender francês e pintura. Aprendi os dois primeiros tempos do verbo être e desenhei minha primeira casinha (cujas paredes, a propósito, nada deviam em inclinação às da torre de Pisa) no mesmo dia
  • Elas falaram de coisas que eu nunca ouvira. De povos e eras passadas. De países distantes. De segredos da natureza, conhecidos ou suspeitados. Falaram de livros, e quantos elas haviam lido! Quanto conhecimento acumulado possuíam! Pareciam tão familiarizadas com palavras e autores franceses!
may 8 2020 ∞
may 8 2020 +