♡ monitoria: texto 05

♡ fonte: MICHENER, H.A.; DELAMATER, J.D. & MYERS, D. Percepção Social e Cognição. In: Psicologia Social. São Paulo: Pioneira Thomson, 2005, p. 130-169.

o processamento esquemático

  • confiamos nos esquemas porque eles nos oferecem um modo de organizar o mundo complexo que nos rodeia, entendê-lo e reagir a ele com eficiência.
    • é impossível assimilar todas as informações em cada uma das nossas interações; precisamos descobrir um modo de enforcar o que é mais importante ao definir a situação e as pessoas envolvidas para podermos agir adequadamente.
      • os esquemas ajudam-nos a fazer isso de várias maneiras:
      • eles influenciam a nossa capacidade de recordar informações, salientando certos tipos de fatos e tornando-os fáceis de serem lembrados;
      • ajudam-nos a processar informações mais rapidamente;
      • orientam as nossas inferências e nossos julgamentos a respeito das pessoas e dos objetos;
      • permitem-nos reduzir a ambiguidade, fornecendo um modo de interpretar elementos ambíguos na situação.
  • memória esquemática: reconstrutiva.
    • tipicamente nos lembramos de algumas das coisas que aconteceram - o bastante para identificar o esquema adequado - e depois confiar nesse esquema para preenchê-lo com outros detalhes.
    • os esquemas organizam as informações na memória e, portanto, afetam aquilo de que nos lembramos e aquilo de que nos esquecemos.
    • pessoas lembram-se mais do material coerente com os esquemas e do material incoerente do que do material irrelevante para os esquemas (o material coerente com as expectativas é mais lembrado do que o material que é meramente irrelevante para o esquema).
    • pessoas lembram do material que é coerente com o esquema quando o próprio esquema é concreto e não abstrato.
    • é provável que as pessoas que são especialistas em determinado assunto ou têm esquemas de fácil acesso lembrem-se mais do material incoerente com o esquema do que aquelas que não são especialistas.
      • material coerente
      • material incoerente
      • material irrelevante
  • inferência esquemática: afetam as inferências que fazemos a respeito das pessoas e de outras entidades sociais.
    • fornecem os fatos que faltam quando há lacunas no nosso conhecimento.
      • se conhecemos certos fatos a respeito de uma pessoa, mas ignoramos outros, preenchemos lacunas inserindo suposições que sejam coerentes com o nosso esquema para essa pessoa.
    • é evidente que o uso de esquemas pode levar a inferências errôneas!
      • se o esquema está incompleto ou não espelha corretamente a realidade, é provável que ocorram alguns erros.
    • os esquemas - especialmente os bem desenvolvidos - podem ajudar-nos a inferir novos fatos.
  • julgamento esquemático: os esquemas são capazes de influenciar nossos julgamentos ou sentimentos a respeito das pessoas e de outras entidades:
    • porque os próprios esquemas podem ser organizados em termos de dimensões avaliativas;
    • porque o nível de complexidade dos nossos esquemas afeta as avaliações que fazemos das outras pessoas. [sobre a importância da educação...]
    • maior complexidade esquemática leva a julgamentos menos extremos, ou seja, quanto maior for a complexidade dos nossos esquemas a respeito dos grupos de pessoas, menos extremadas serão as nossas avaliações das pessoas nesses grupos: isso se chama efeito de complexidade e extremidade.
  • pontos fracos do processamento esquemático:
  • pessoas claramente aceitam informações que se encaixam com coerência em um esquema.
    • algumas pesquisas sugerem que observadores demonstram ter um viés confirmatório ao coletar novas informações relevantes para os esquemas.
  • quando as pessoas se deparam com falta de informação, elas preenchem as lacunas de conhecimento acrescentando elementos que são consistentes com os seus esquemas.
    • às vezes, esses elementos acrescentados revelam-se errôneos ou incorretos:
      • geram interpretações ou inferências inexatas a respeito de pessoas, grupos ou acontecimentos.
  • pessoas com frequência relutam em descartar ou rever os seus esquemas.
    • elas ocasionalmente aplicam esquemas às pessoas ou aos acontecimentos até mesmo quando os esquemas não se encaixam muito bem nos fatos.
      • a aplicação forçada e inadequada de um esquema pode acarretar caracterização e inferências incorretas:
        • isso pode produzir reações inadequadas ou inflexíveis para outras pessoas, grupos ou acontecimentos.
apr 6 2016 ∞
apr 6 2016 +