Um alguém que se retrai muito por timidez. Mas ao mesmo tempo, um ser incógnito com uma mente muito agitada.

Eu me identifico bastante com as duas definições, pra ser bem sincera. Não acho que fico propositalmente escondendo minha personalidade dos outros, mas costumo tentar minimizar um pouquinho da forma como eu realmente sou. Acho que sou "demais" em um monte de coisas. Expansiva demais, falo alto demais, gargalho feito uma maníaca quando estou muito feliz e posso até mesmo ser um pouco abusada e invadir os espaços dos outros. Morro de medo disso! Sério, já aconteceu algumas vezes de deixar algumas pessoas incomodadas com a minha espontaneidade, e não foi nada legal. Muito desconfortável e constrangedor. Então, geralmente eu me seguro um pouco. Pelo bem do comum.

A segunda definição em especial, sou eu mesmo. Juro, é muito a minha cara.

Não porque as pessoas não me conheçam, mas porque eu acho que as vezes nem eu mesma não me conheço. Não sei explicar muito bem.

Tipo assim, eu sei bem das coisas que eu gosto. Eu gosto do toque quentinho do sol, gosto de ler cartas, gosto do cheiro da chuva. Amo qualquer tipo de animal - em especial coelhos - e também sou apaixonada por crianças. Crianças são tão espontâneas e livres! Tenho inveja delas também.

Eu gosto de chocolate ao leite bem doce, daquele cheio de leite mesmo. Gosto de andar por aí sem rumo e me perder nos meus pensamentos aleatórios sobre um bando de coisas nada importante e que com certeza eu vou me esquecer logo em seguida. Gosto de sushi, do cheiro do café fresco de manhã, de ouvir músicas tristes mesmo quando eu me sinto feliz.

Mas ao mesmo tempo que sei de tudo o que eu gosto, eu não sei bem quem eu sou. Sabe, eu vejo outras pessoas falando coisas sobre mim e chegando a conclusões que eu não consigo julgar como certas ou erradas.

A minha melhor amiga vive tentando teorizar a minha personalidade. Ela diz que sou umas das pessoas mais inteligentes que ela já conheceu, e que sou destinada a grande feitos, mas também diz que eu tenho alma de uma criança que nunca cresceu. Segundo ela, isso é algo bom.

Mas eu mesma não sei, entende? Não sei de nada disso, nem sei o que vou querer fazer amanhã, quanto mais para o resto da minha vida! Eu gosto de um monte de coisas, tudo ao mesmo tempo e às vezes eu simplesmente passo a desgostar delas pouco depois e me envolvo com algo novo. Acho que sou alguma coisa mutável e inconstante demais, não devo ser mesmo desse mundo.