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à clara
e às cores infinitas que acompanham seus outonos
♡
em uma tarde flamejante como o sol ao se pôr,
brotou clara, mais clara que a própria brasa!
veio de fininho, sem avisar que vinha
logo tornando-se a por todos mais amada
adornando seu coração n’uma chamuscada dália —
a fada que, em meados do outono, germinara.
♡
o sol ariano vestiu-se com a juba leonina,
pintando o céu de acerolas e mangas consteladas.
vênus agraciou a menininha recém-chegada
com atavios de almíscar amoriscado
e a lua nova nasceu sobre o mar, rendada
com a cor indigo de aquário.
♡
♡
o tom marrom da terra latina
faz nascer lavandas e lilases e jasmines
e rubras astromélias pequeninas
mas nenhuma beleza se compara àquela
— nem mesmo uma ou outra rosa-canina —
do riso e do olhar ígneo da clara menina...
♡
como é um sonho fauvista, um
devaneio vanguardista, toda a cor que clara emana!
cantam os querubins alourados o nome da santa!
a filha do acordeão e da clareira em flor,
bailando seu próprio balé, dançando sua eterna
ode à criança e ao amor.