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A vida é como um filme e nós somos seus personagens. Todos estão apenas atuando. Mas quando é que a atuação acaba? Quando nos tornamos realmente nós?
A minha vida é como um filme ruim e mudo em preto e branco. Eu visto meu personagem como uma armadura. Eu minto porque não há razão alguma para amar alguém como eu. Finjo para poder me encaixar.
O problema é que eu atuo há tanto tempo que já não sei mais quem sou. Não sei mais se as coisas que falo são sinceras ou só mais um diálogo ensaiado. Não sei mais se as coisas que faço, escrevo e penso são partes minhas ou apenas parte do meu personagem. Não sei onde o personagem acaba e onde eu começo.
Há duas versões de mim mas talvez nenhuma delas seja a verdadeira. Eu estou me tornando vazia, artificial. Minhas palavras e atos já não soam mais os mesmos, tudo soa artificial, planejado, vazio. O que dentro de mim ainda permanece verdadeiro?
Eu sou como um camaleão. Me camuflo em meio a multidão para poder me esconder. Eu me calo para que não percebam a insegurança que há por trás da minha voz. Isso me faz querer chorar, mas já não sei se essas lágrimas seriam verdadeiras.
Então eu sorrio. Mesmo que isso doa, eu sorrio. Mas o que ninguém sabe é com quanta dor se encerra este sorriso.
~ Giullia Gabriella