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Todas as noites eu olho para o céu. Observo as estrelas. Imagino o universo, seus planetas e galáxias. E como sempre, me vem aquela sensação que sinto quando observo o céu estrelado.
Eu sinto como se todos nós fossemos iguais planetas. Todos girando ao redor da mesma coisa, em um único sentido, com um único objetivo.
Mas eu me sinto diferente. Eu sinto como se eu fosse um planeta fora de órbita. Como se estivesse girando em um sentido totalmente contrário a todos. Enquanto todos estão indo pra frente, eu vou pra trás.
Eu queria poder ser igual aos outros. Por que eu não posso ser como eles? Por que eu tenho que ser diferente?
Olhe só para eles. Eles orbitam em perfeita harmonia. Cada um possui satélites em seu redor e há estrelas para iluminarem seus céus de noite.
Mas e quanto a mim? Olhe só pra mim. Eu estou toda errada. Eu estou sozinha. Não tenho satélites ao meu redor e muito menos estrelas para brilharem em meu céu ao anoitecer. Nem mesmo cores atraentes ou um nome eu tenho. Eu sou um planeta desconhecido esperando pra ser descoberto. Mas com tantos planetas ao meu redor, quem repararia em algo como eu?
Eu sou um planeta sem vida. Um planeta totalmente morto. Eu não tenho nada. Nada para chamar de meu. Eu queria desesperadamente ser igual aos outros, mas não consigo.
Então eu continuo meu trabalho. Girando em um sentido totalmente contrário. Com a esperança de que um dia alguém possa me perceber e me colocar em rotação certa.
~ Giullia Gabriella