Toda minha vida eu andei por essa longa e torturante avenida. Passei por subidas e descidas, mas ela nunca pareceu ter fim.

Por algum motivo eu me sinto perdida agora. Você já se sentiu tão perdido? Sabendo o caminho mas mesmo assim se sentindo perdido?

Ainda é o mesmo caminho, posso ver isso. Mas há algo diferente. Talvez o problema seja comigo. Eu não sei mais quem sou, pra onde vou ou por que continuo a caminhar.

Eu me sinto perdida e cansada. Meus pés doem de tanto andar.

Então eu desmorono. Eu estou esperando alguém aparecer e me levar pra casa, alguém para me ajudar a caminhar. Mas ninguém aparece.

Tudo está mudando mas porque eu sou a única aqui?

É isso, eu estou sozinha. Eu me deito no asfalto e encaro o céu. Tudo que consigo enxergar são as estrelas cadentes que solitariamente cortam os céus. Me pergunto se elas se sentem tão perdidas como eu. Será que sabem o quão solitária parecem? Enquanto as outras permanecem, elas são as únicas que desmoronam.

Mais uma vez sinto aquela dor profunda. O peso que carrego em meu peito e em meus ombros, sim, o peso do mundo que carrego toda maldita noite. Ele me fere, forma feridas, feridas que se formam em meu corpo e em minha alma.

Eu não quero ser como uma âncora que te puxa pra baixo. Eu queria desaparecer. Por favor, me deixe aqui. Só por essa noite, me permita desistir. Só por essa noite, me permita parar. Me perdoe mas eu realmente preciso disso. Somente por essa maldita noite, me permita ser eu mesma.

Com meu coração pesado como chumbo, eu digo: Estrelas cadentes, me assistam desmoronar essa noite.

~ Giullia Gabriella

Inspiração: Turn off the lights - Panic! At the disco