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Texto 1 – Introdução à Análise do Comportamento
ABA é uma abordagem que busca a resolução e atendimento de demandas sociais diversas por meio da mudança do comportamento, incluindo não só pessoas com neurodesenvolvimento atípico, marcadamente com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), mas também à educação em geral, ao ambiente empresarial, hospitalar, ao esporte, como tantos outros ambientes e contextos sociais.
Nesse contexto, o Aplicador Terapêutico, ou AT, é o profissional que deve ter formação mínima de ensino médio e formação em cursos livres de Análise do Comportamento e TEA/desenvolvimento atípico; o Analista do Comportamento Coordenador é um profissional da saúde ou educação com ensino superior e especialização em Análise do Comportamento, responsável por elaborar e coordenar o programa e supervisionar o AT; e o Analista do Comportamento Supervisor é o profissional da saúde ou educação com mestrado ou doutorado em Análise do Comportamento ou áreas associadas ao desenvolvimento atípico.
A complexidade do TEA e da individualidade humana faz jus à composição desse time que, a partir da avaliação dos comportamentos do aluno nos diferentes ambientes escolares por ele frequentados, irá prover aos educadores orientações específicas para proporcionar o melhor aprendizado que ele possa ter, dentro das suas capacidades. É justamente essa complexidade que promove a ABA à categoria de ciência e não de método, como veremos no próximo texto.
Texto 2 – ABA é ciência e não método
O comportamento, objeto de estudo primordial da análise do comportamento, é apresentado ao mundo por Skinner através da ótica da investigação experimental enquanto produto da história da espécie (filogenética), da história individual (ontogenética) e da história cultural (Skinner, 1938). Nesta obra, o autor ressalta ainda que a compreensão do comportamento humano exige o entendimento das interferências do ambiente (primeiro grande influenciador no processo de evolução e seleção das espécies) na história dos indivíduos.
ara efeito de análise, essa relação é demonstrada por uma avaliação que irá observar o comportamento eleito para estudo, os eventos que antecederam o comportamento (antecedentes) e os eventos que se seguiram ao comportamento (consequências). Esse esquema conceitual é denominado Tríplice Contingência e também é representado pela sigla ABC.
Outro conceito fundamental para compreensão da ABA é o reforço. O reforço é um estímulo que ocorre após um determinado comportamento (resposta) e que tende a fortalecer a recorrência desse comportamento (KELLER, 1973).
No processo de reforçamento positivo, é fundamental identificar os itens de interesse do aluno. Do que esse aluno mais gosta? Sobre o que ele mais fala? Ou o que mais aparece nos seus materiais e roupas? Tão variados quanto os indivíduos, os itens de interesse vão desde desenhos animados, como Pokémon, até assuntos específicos como astronomia, ou pinguins ou a história da Imperatriz Elizabeth da Áustria, ou mesmo atenção e elogio por parte do(a) educador(a).
Skinner (2000) ressalta a importância do reforço positivo como maior motivador para o aprendiz em detrimento da punição, pois além de aumentar a ocorrência de comportamentos desejados, ainda fortalece o vínculo educador / aluno e possibilita a ampliação das oportunidades de ensino. Vejamos de forma resumida as diferenças entre o reforço negativo e a punição.
extinção: Trata-se do processo de suspensão do reforçamento. Ou seja, ignorar determinado comportamento que se deseja cessar.
Pode-se dizer de uma forma bem resumida, a ABA tem como um princípio a teoria de que todos os comportamentos são aprendidos através de condicionamento (Leach, 2010). Existem duas formas de condicionamento: o condicionamento clássico e o condicionamento operante. Condicionamento clássico
O condicionamento clássico, conhecido pela experiência de estímulo e resposta feita por Ivan Pavlov, em 1900 (Pavlov, 2010), prevê o pareamento de um estímulo neutro a outro estímulo que ocorre naturalmente.
Condicionamento operante
Entre 1930 e 1950 Burrhus Frederick Skinner conduziu diversos estudos que mostraram os efeitos das consequências do ambiente sobre o comportamento. Em um dos experimentos mais famosos, Skinner ensinou pombos a bicar em uma alavanca para obter comida usando o reforço positivo em experimentos que são reproduzidos até os dias atuais.
Texto 3 – As 7 dimensões da ABA
Aplicada: A Análise do Comportamento Aplicada visa realizar melhorias em comportamentos sociais para aumentar a qualidade de vida das pessoas. Por isso, foca nos comportamentos das pessoas e na sociedade em geral e também na linguagem, autocuidado, desempenho acadêmico, entre outros.
Comportamental: O comportamento deve ser observável e mensurável para que possa ser alterado.
Analítica: Ser analítico significa olhar para os dados para tomar decisões baseadas nessas informações.
Tecnológica: Os procedimentos são descritos de forma clara e concisa para que outros possam implementá-los com precisão. É como se fosse uma receita, onde são descritas todas as etapas em detalhes para obter o resultado desejado.
Conceitual: As intervenções são consistentes com os princípios demonstrados na literatura e nas pesquisas. É importante que os profissionais continuem a usar técnicas baseadas em pesquisa e evitem usar atalhos nos métodos de ensino.
Eficaz: Deve mudar o comportamento, que é alvo de intervenção ou estudo em níveis práticos e de uma forma socialmente significativa.
Generalizável: Uma mudança comportamental deve ser durável ao longo do tempo e aparecer em uma ampla variedade de ambientes possíveis e/ou quando se espalhar para uma ampla variedade de comportamentos relacionados.