- Nos anos 50 existiam duas grandes tendências na psicologias social:
- Nos Estados Unidos, seguindo uma tradição pragmática, pretendia-se alterar e criar atitudes, harmonizar o grupo para torná-lo mais produtivo, diminuindo conflitos.
- Segue a tradição filosófica europeia, com raízes na fenomenologia, e busca modelos científicos totalizantes (ex: teoria de campo)
- Em meados dos anos 60 há uma crise em que a psicologia social é fortemente criticada, pois não consegue intervir, explicar nem prever comportamentos sociais. Os pesquisadores não conseguem criar leis gerais, e há variáveis demais em jogo nessa tentativa
- Na França a tradição psicanalítica, após o movimento de 1968, critica a psicologia social americana como sendo uma ciência ideológica, que apenas reproduz os interesses da classe dominante, e não consegue ser transposta para outros países, por ser americana demais. Critica também o positivismo, que em nome da objetividade perde o ser humano
- Na América Latina, nos final dos anos 70, surgem novas propostas para a psicologia social. Elas tem base materialista histórica e são voltadas para trabalhos comunitários
- O organismo é uma infraestrutura que permite o desenvolvimento de uma superestrutura que é social e, portanto, histórica
- A psicologia social sócio histórica não nega o behaviorismo. O reforço aumenta a probabilidade do comportamento acontecer de novo, e a punição diminui. A vertente sócio histórica apenas questiona porque alguns objetos são considerados reforços e outros punições. É preciso entender em que contexto ocorre essa aprendizagem
- Se a psicanálise enfatiza a história do indivíduo e a sociologia enfatiza a história de cada sociedade, a psicologia social deve buscar estudar a intersecção entre história do indivíduo e da sociedade. Somente assim que poderemos entender o homem enquanto produtor de história
- A psicologia social americana, ao não considerar o contexto sócio histórico, naturaliza e reproduz a ideologia dominante, considerando-a universal
- Na medida em que a sociedade se transforma é gerada uma contradição fundamental, que é superada com a produção de uma nova sociedade. Porém, para que essa contradição possa ser superada, é preciso que haja uma mediação ideológica, ou seja, valores que reproduzam as relações sociais necessárias para a manutenção das relações de produção
- Skinner revolucionou a psicologia ao chamar a atenção para o controle que o ambiente exerce sobre o comportamento e criticar o reducionismo biológico. Ele vê o homem como produto das relações sociais, mas não chega a entender o contexto sócio histórico
- O homem não sobrevive a não ser em grupo, logo a dicotomia indivíduo vs grupo é falsa. Desde o seu nascimento homem está em grupo
- Por estar em grupo, as ações do indivíduo dependem da linguagem, que preexiste a ele. A língua já traz significados para o indivíduo, apesar das palavras poderem ter significados especiais
- Atividade - ações encadeadas, em conjunto com outros indivíduos, para satisfazer uma necessidade em comum. Requer linguagem e plano de ação (pensamento), que vem de outras atividades anteriormente desenvolvidas
- Para Leontiev, a personalidade vem da ação do homem, que ao transformar o meio, se transforma também, criando expectativas para o grupo de como ele mesmo deve agir em atividades futuras
- A consciência da reprodução ideológica presente nos papéis sociais permite que os indivíduos superem sua individualidade e se conscientizem das condições históricas compartilhadas pelo grupo. Se essa consciência for grupal, ela levará a uma consciência de classe
- Pesquisa-ação - a pesquisa sempre implica intervenção; o pesquisador pode ser reprodutor ou transformador das condições sociais, mas nunca será neutro. “A pesquisa-ação é por excelência a práxis científica”
- A psicologia social não nega a importância de outras vertentes da psicologia, mas acredita que todas deveriam estudar o seu objeto dentro da sua especificidade histórico social
sep 24 2019 ∞
feb 25 2020 +