- descreva sua aparência física (na terceira pessoa), como se você fosse uma personagem de livro.
A garota soltou um suspiro, talvez pela décima vez consecutiva, em trinta minutos. Lá ela estava, se sentindo vazia novamente. Os suspiros poderiam ser contados: já as sensações contínuas de seu peito oco e apertado, não. Se Bruna tivesse a oportunidade de se descrever, ela teria muitas versões das descrições; umas mais felizes, outras nostálgicas. Mas esta, seria e será em particular, um tanto cabisbaixa. Não gostava de visualizar sua face cansada no objeto refletor à sua frente. As olheiras a incomodavam, escuras e se estendendo até a parte mais elevada da carne das bochechas, estas que viviam um tanto coradas. No frio, mais ainda. Seu nariz a desagradava, grande e redondo, pontos pretos em toda sua extensão. Seus lábios desenhados, porém finos demais, não ficava bonito com um batom. O formato do rosto era redondo e seus fios loiros ondulados quando presos, deixavam em evidência o círculo preso pela carne de seu pescoço. Julgava mais bonito quando as bochechas estavam menores, mais magras. Tinha certa afeição à cor de seus olhos, uma raridade no que tentava acrescentar em sua pequena lista de qualidades físicas. As cores se mesclavam em mel, verde e marrom. O sol sempre deixara suas íris mais claras. Entretanto, se perguntava o motivo de seus olhos verdes quando criança não terem permanecido assim. Sabia que provavelmente havia uma explicação científica, mas a menos que tivesse muito interesse em saber, descartava e pensava em outra coisa rapidamente. Suas sobrancelhas ficavam bonitas quando feitas, mas andavam sujas e por fazer por muitos dias, até meses. Seu olhar caiu em suas mãos. Os dedos grossos e volumosos. Gordinhos.