Hoje faz um mês que um dos meus maiores medos se tornou realidade; um mês que passou lento; um mês com o sentimento de um ano; um mês que eu perdi o meu avô. Eu queria tanto que o tempo batesse logo na minha porta trazendo a cura para essa saudade dolorida que me persegue todos os dias. Como eu queria ter um momento com o meu velhinho só pra dizer para ele que eu estou tentando superar a sua ida, por mais que eu me pegue chorando sozinha enquanto penso nos momentos que vivi com ele.
Eu sinto tanta saudade dele, saudade de vê-lo, de tocá-lo, de escutar a sua voz pelo telefone ou pessoalmente, das suas milhões de histórias, sinto falta até dele interrompendo a atenção do filme só para fazer perguntas aleatórias. E o que mais me dói é que eu não posso fazer nada para essa saudade sumir, porque eu já aceitei que a minha saudade é eterna. Como eu queria que ele fosse eterno, que egoísmo da minha parte pensar assim, mas ainda sou humana e sinto tanto que não cabe em mim. E me transborda. E transborda pelos olhos porque não posso mais transbordar nos abraços que eu dava no meu avô.
Um mês sem o meu vovô para me fazer aceitar que passarei todos os outros meses da minha vida sem ele.