Agora são dez da noite. Quase dois meses que você se foi. A vovó está na minha casa, passando um tempo aqui por alguns motivos externos e internos. Ainda é muito estranho ver ela sem você, não poder perguntar como você está, escutar ela reclamando que você está muito teimoso e rir dizendo que é o seu jeitinho. A morte ainda não parece real para mim.
Sinceramente, eu olho em volta e vejo todo mundo que te conhecia vivendo a vida normalmente e todo mundo parece bem. E eu me pergunto se eles estão bem mesmo ou só estão como eu que tento fingir que você nunca foi embora. Ninguém fala de você, vovô. Claro que eventualmente uma ou outra pessoa fala, o assunto sempre surge. Eu queria saber se as pessoas já superaram e como fizeram isso.
Enfim, já fazia um tempo que eu não escrevia para você e o meu último texto não foi bem direcionado a você. Queria que onde quer que você esteja, que você saiba que eu nunca vou me esquecer de você.
Eu te amo para sempre, vovô.