entre esses colapsos de existir e não viver, questionam a minha frieza precedida de paz. mas eu não tenho quer dar explicações pelas minhas faltas. e ninguém pode exigir minhas ausências. porque eu posso sorrir o universo e depois só partir. olha pra mim, mas repara. nas minhas cicatrizes. deslumbra com calma as feridas presas na minha garganta. você enxerga os hematomas que a vida me deixou? enxerga as minhas lutas se divagando na minha retina? entre um espinho e outro eu floresço e você quer me colocar em um jardim.e eu recuso. porque eu não sobrevivo em dias felizes e amarelos. eu gosto de cinzas. e vazios. e de consolar em solos árido os meus terrenos baldios. eu não devo explicação. mas eu sempre dou. porque pensam se enganar comigo quando na verdade fazem errado. sabe. não me guarda na sua prateleira junto com o seu livro favorito. e não me chama de poesia. me fala sobre os oceanos, e em como é bom se afogar. mas não me alinha junto com a tua camiseta predileta na gaveta. não me guarda. não me coloca entre colchetes, chaves ou travessões. só não me prende nos seus pré conceitos e depois diz que eu sou bipolar. eu sou várias e como diria oswaldo ‘há multidões inteiras em mim’. então não me quebra só pra te agradar. só pra poder me ter como constante nessa sua vida que já é uma bagunça. porque eu também sou. não espera nada de mim entre um dia de domingo e uma noite de segunda. não me para na rua pra falar de coisa nenhuma. não me para na tua vida pra poder só me olhar e me esquecer. só não coloca a minha alma num cabide pra depois dizer que se decepcionou. não vai exigindo meus pedaços quando você gosta de me destruir. não vai proclamando a minha insanidade ao mundo quando você nem me conhece. quando nem eu mesma sem que sou.

não me tira pra dançar, quando você não sabe nada sobre a música que está tocando. quando os meus silêncios não te agradam. e eu não te pertenço.

jun 23 2015 ∞
jun 23 2015 +