As palavras andam fugindo de mim, mas vou tentar rapta-las novamente, ou pelo menos temporariamente... Cá estou eu no meu quarto. Ele não tem cama, não tem uma parede bem pintada, não tem quase nenhum aconchego e muito calor. Tem uma borboleta morta no guada-roupas, uma caixa de coisas sem significado aparente. Tem também Eu, tem o meu caos e os meus medos. Tem a minha vontade de ser imensamente feliz e minha dor de coluna, tem a minha preguiça e minhas palavras ainda fugindo. Mas estou tentando rapta-las. Lá fora tem outro mundo. Tem pessoas que também não tem cama, nem paredes bem pintadas, e outras que nem se quer uma casa. Tem borboletas voando. Lá fora também tem Eu, com o mesmo caos e medos maiores. Tem minha vontade de ser imensamente feliz e a minha dor interna e incurável,tem a minha insegurança e minhas palavras ainda fugindo. Mas estou tentando rapta-las.