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by fabricio carpinejar
- Não superamos os medos, sucumbimos na segunda crise, desistimos de insistir
- Amor é se despertencer. É sentir para passar adiante, não é sentir para ficar com aquilo. É não suportar sentir mais sozinho. Eu me desacostumei com a minha solidão.
- Amar a si próprio é esse movimento: não se resignar, não se conformar com o que foi feito, não mergulhar na repetição desanimada dos dias: olhar cada lembrança de frente e ver se ainda queima. Olhar cada palavra de frente e ver se ainda queima. Olhar cada atitude de frente e ver se ainda queima. E incendiar a nossa vida na vida do outro
- Somos cruéis em nome de amor, para não sujar o nosso nome.
- Feitos perfeitamente para a fúria, incomodados com a brisa
- O que disserem a respeito do que aconteceu não será suficiente, o amor é um dialeto restrito aos dois que se amam.
- Não reparamos no principal, Amor. Não reparamos que quando amamos o tempo não faz a mínima diferença. Amar será sempre recente: será ontem. Anos juntos, e a sensação é que foi ontem. Anos separados, e a sensação é que foi ontem. Ontem, ontem. Não há anteontem no amor. As lembranças mais longínquas já são corpo.
- É uma pena, Amor, que somos mais decididos do que amorosos. Amar é não decidir. Decidir é terminar sempre.
- O amor é uma grande coragem cheia de pequenas covardias.
- (...) apagadas, nem corrigidas. Palavras são destinos
- As maiores brigas de nossa vida acontecem quando defendemos as dores dos outros.
- Depois fui entendendo que morrer é não ser visto e permanecer vivo na extensão.
- Homem gosta de se mostrar, mulher gosta de ser adivinhada
- Agredir sempre foi simples demais. A ternura que é trabalhosa, a ternura que não é de graça, a ternura que leva tempo.
- Dora me segredou uma frase pura, que guardei na caixinha de sapatos de minha infância: foi uma injustiça meu filho morrer, mas não poderia deixar a morte de meu filho me matar.
- Quantas vezes abandonamos nossa dor no sofá, vadia, assistindo tevê? Quantas vezes permitimos que ela fique o dia inteiro dormindo, lembrando bobagens? Nossa dor sozinha, sem emprego, sem fazer nada, desejando morrer no escuro. Nossa dor comendo às nossas custas, terminando com os nervos, o casamento, as amizades.
- Dor é feita para trabalhar, senão adoecemos no lugar dela
- Não temos o direito de maltratar a esperança do outro.
- Se não ama seu namorado ou sua namorada, deixe ir, não fique prendendo por comodidade e vaidade. Se um convite desagradou, diga de cara, não torture com desculpas. Se está interessado em promover um funcionário, faça logo, não fique adiando ou explorando a expectativa para que o sujeito trabalhe mais. Se pretende oferecer um presente, dê rápido, sem suspense, não realize chantagem. Há a necessidade de ser direto e evitar insinuações que provoquem mal-entendidos. Não procure o benefício da dúvida, e sim a lealdade da palavra. Falar a verdade o quanto antes, para que a pessoa possa adaptar-se com a perda, criar um novo sonho e mudar a cor das meias
- Amigos formam minha cidade. As ruas que passo mereceriam nomes das pessoas que amo. Deveria mudar as placas dos logradouros: nada de políticos e celebridades, mas quem é famoso secretamente em meu silêncio. (...) Amigo vivo é rua, amigo morto é estrela
- Luís Augusto Fischer, que me alcançou uma lição preciosa: somos mais inteligentes criando novas dúvidas do que repetindo certezas.
- Não seja o centro da discórdia. Não prolongue o mal-estar. Estar certo não nos acrescenta em importância. (...) Esqueça o rancor. Antes que a morte seja a última lembrança. E o arrependimento cubra a lápide com a voracidade dos inços.
- Quem cumpre objetivos é neurótico. É bobagem elaborar metas para atingir em determinada idade. Felicidade não se planeja, felicidade se descobre. Ingenuidade congelar lista de intenções como se a vida não nos transformasse dia a dia. (...) Nosso legado é o que falamos aos outros, não o que aparentamos ser. Todos os desejos terminam, no fundo, iguais porque não temos a coragem da simplicidade.
- Suas confidências morrem comigo ou eu vou morrer nelas. Não podem retornar numa briga. Que eu morda a língua, queime a boca, mas não use jamais seus segredos. Aquilo que você me disse não é para ser devolvido. Todo segredo é um sino sem pêndulo. (...) Não importa o que faça ou as razões da raiva, é covardia distorcer suas lembranças (...) Eu prometo cercar seu silêncio com meu silêncio.