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A luz forte do sol da manhã invadiu meu quarto, focando na cama onde eu estava, e isso atrapalhou o meu sono pesado daquela noite. Respirei fundo, ainda de olhos fechados. Apalpei o colchão no lugar ao meu lado. Estava vazio. Mais uma vez eu estava acordando sozinha. Procurei meu celular por baixo do travesseiro, e finalmente abri os olhos para ver as horas. Eram 10h. É claro que ele não estaria mais aqui. Ele nunca passava das 7h, e isso já era muito. Eu sei que eu não podia julgá-lo por isso. Afinal, era o trabalho dele, era o que ele amava. Mas, me deixava vazia tê-lo por poucos dias em casa e por poucas horas, as quais grande parte passávamos dormindo por conta de seu cansaço. A noite passada já havíamos discutido por isso. Eu não conseguia guardar as coisas pra mim por tanto tempo, e ele não percebia, ou se percebia não falava nada. Mas, ontem ele falou, foi uma das únicas vezes em que Jinyoung se explodira comigo. Ele sempre foi muito paciente sempre que eu discutia com ele. Ele sempre tinha o poder de me acalmar mesmo com raiva. Ele sabia me controlar. Mas, não ontem.
Ele suspirou antes de se voltar para mim, os olhos fechados. Quando ele os abriu, vi o seu cansaço e as grandes olheiras. Eu não queria discutir, mas, eu estava machucada mentalmente por tudo isso.
Me forcei a ficar quietinha na cama, os olhos fechados. Tensa, esperando sentir o movimento de Jinyoung ao se deitar na cama. O que demorou alguns minutos. Ele havia saído do quarto, e só depois de uns 10 minutos eu senti ele se deitando na cama ao meu lado. Ouvi sua respiração pesada. Ele se aproximou e me deu um beijo na bochecha antes de envolver seus braços em minha cintura e me puxar para perto de seu corpo. Meu coração doeu. Nós brigávamos mas no fim sempre estaríamos ali, um ao lado do outro. Isso, até o outro dia chegar.
Por ter folga na clínica onde trabalhava passei o dia em casa, alternando entre dormir, comer e assistir qualquer coisa na televisão. Até um mini show eu fiz quando estava arrumando a casa. A música alta provavelmente iria atormentar os vizinhos, mas eu não me importava. Entre o barulho da música e minha voz, ouvi batidas na porta. Rapidamente abaixei o som.
Destranquei a porta, e quando a abri, dei de cara com Jinyoung, que escorado na porta de braços cruzados, sorria para mim. Meu estômago revirou, novamente senti as minhas antigas amigas, as mini-Park borboletas brincando comigo. Sempre fico admirada com a capacidade de Jinyoung de me fazer odiá-lo e amá-lo ao mesmo tempo. Eu sorri olhando para o garoto. Haviam duas mochilas em seus pés. Ele iria ficar. Por quanto tempo eu não sabia, mas tinha certeza de que amanhã, quando eu acordasse, Jinyoung estaria ao meu lado.