• Para uma escola que busca apoiar a diversidade sexual, é preciso repensar os ideais os quais frequentemente reforçam os esterótipos que a sociedade diz a respeito dessa comunidade. É muito mais efetivo pensar no combate, em uma educação que preza pelo respeito e liberdade de ser quem é, do que apenas pensar em como lidar com a discriminação. A discriminação é uma consequência de um ensino defasado, e portanto, seria abolida se conceituada em sala de aula. E claro, até que este momento chegue será preciso a conscientização e a tomada de medidas que façam refletir aquele que se coloca no papel de opressor. De nada adianta, prezar pelo respeito, mas todo exemplo que se é colocado em pauta para exercícios das matérias nunca levam em consideração a diversidade sexual ou o sistema sexista o qual vivemos. Exemplifico: dificilmente vemos em livros didáticos uma variedade de rostos ou famílias nas fotos usadas, o destaque é sempre para a família branca, composta por homem e mulher cis gênero e seus filhos.
  • A representatividade é uma ferramenta não só importante como completamente necessária na aquisição da aprendizagem. É a partir da representatividade que o educando se reconhece e é colocado em pauta nas discussões. E mesmo aquele advindo de família, dada como tradicional, poderá aprender como a representação de uma família homoafetiva é tão merecedora de respeito quanto a sua. Se a Educação deve ser laica, por que ainda vemos uma forte influência religiosa no conceito de família dentro do contexto escolar? Nós, professores e educadores, somos os mediadores do conhecimento e precisamos intervir de forma a induzir a reflexão. Entretanto, não é possível que essa reflexão seja induzida nos educadores quando os próprios docentes são adultos desrespeitosos, preconceituosos e discriminam a diversidade sexual, como consta no texto. A repulsa, o estigma de que a homossexualidade é uma doença e o preconceito com colegas de trabalho demonstram a desinformação, o despreparo e o quanto há de ser trabalhado no combate a homofobia primeiramente nos cursos de Pedagogia.
  • Não há combate a homofobia nas escolas, se os constituintes das equipes que estão a frente destas instituições não estão abertos a debater e compreender a gravidade do assunto; dessa forma, o papel da escola se dá em dar espaço para os debates acerca do assunto, pesquisas de como está a violência nas instituições, conscientização sobre sexualidade, diversidade sexual e medidas preventivas contra a homofobia. Para educar, o educador também precisou ser educado e isso se dá a todas as áreas de conhecimento, com a homofobia, racismo, machismo e qualquer outro tipo de ato discriminatório não pode ser diferente.
    • Quando se fala de homofobia, inevitavelmente isso atravessa o machismo, pois para os homens o "outro" passa a ser a mulher e os gays e portanto, constantemente estes cumprirão a sua missão em provar diária e frequentemente que não são o "outro", são "homens de verdade". Aí surgem os comportamentos, dentro e fora da escola, em que jovens buscam provar a virilidade através de violência física, verbal ou emocional em âmbitos não apenas homofóbicos, mas também sexistas e racistas que funcionam como reforçadores de sua identidade.
apr 10 2020 ∞
may 6 2020 +