|
bookmarks:
|
main | ongoing | archive | private |
Introdução
"A relação dos dois sexos não é a das duas eletrecidades, de dois polos. O homem representa a um tempo o positivo e o neutro. A mulher aparece como negativo, de modo que toda determinação lhe é imputada como limitação, sem reciprocidade."
"Os proletários dizem 'nós'. Os negros também. Apresentando-se como sujeitos, eles transformam em 'outros' os burgueses, os brancos. As mulheres — salvo em certos congresssos que permanecem manifestações abstratas — não dizem 'nós'. Os homens dizem 'as mulheres' e elas usam essas palavras para designarem a si mesmas: mas não se põem autenticamente como Sujeito."
"O proletário poderia propor-se o trucidamento da classe dirigente; um judeu, um negro fanático poderiam sonhar com possuir o segredo da bomba atômica e constituir uma humanidade inteiramente judaica ou inteiramente negra: mas mesmo em sonho a mulher não pode exterminar os homens. O laço que a une a seus opressores não é comparável a nenhum outro."
"Ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, mais agressivo ou desdenhoso do que o homem que duvida de sua virilidade."
Primeira Parte: Destino
1/Os dados da biologia
2/O ponto de vista psicanalítico
"No que concerne à mulher (segundo a teoria de Adler), seu complexo de inferioridade assume a forma de uma recusa envergonhada da feminilidade. Não é a ausência do pênis que provoca o complexo, e sim o conjunto da situação; a menina não inveja o falo a não ser como símbolo dos privilégios concedido aos meninos; o lugar que o pai ocupa na família, a preponderância universal dos machos, a educação, tudo confirma a ideia da superioridade masculina. Mais tarde, em suas relações sexuais, a própria posição do coito, que coloca a mulher embaixo do homem, é uma nova humilhação. Ela reage por meio de um "protesto viril": ou procura masculinizar-se, ou luta contra o homem com armas femininas. É pela maternidade que ela pode encontrar na criança um equivalente do pênis. Mas isso supõe que começa a aceitar-se integralmente como mulher e, portanto, que aceita sua inferioridade. Ela é dividida contra si mesma muito mais profundamente do que o homem."
"[...] É porque do ponto de vista dos homens — e é o que adotam psicanalistas de ambos os sexos — consideram-se femininas as condutas de alienação, e viris aquelas em que o sujeito se afirma em sua transcendência. Um historiador da mulher, Donaldson, observa que as definições 'O homem é um ser humano macho, a mulher é um ser humano fêmeo' foram assimetricamente mutiladas; é particularmente entre os psicanalistas que o homem é definido como ser humano e a mulher como fêmea: todas as vezes que ela se conduz como ser humano, afirma-se que ela imita o macho."
3/O ponto de vista do materialismo histórico
"[...] E quando a sociedade socialista tiver dominado o mundo inteiro, não haverá mais homens e mulheres, mas tão somente trabalhadores iguais entre si."