- A primeira imagem que vem à cabeça das pessoas quando elas descobrem que trabalharão via home office, seja por decisão da empresa onde trabalham ou porque decidiram apostar no próprio negócio, é o dia que elas terão em casa.
- Há muito liberdade envolvida: geralmente, pode-se acordar a hora que quiser, sem horário obrigatório de "entrada" ou "saída" e uma hora inteira de almoço pode durar entre 15 e 200 minutos.
- Mas a grande verdade é que a maioria desses "abençoados" percebe, logo no primeiro dia, o alto grau de dificuldade que estabelecer sozinho uma rotina diária de trabalho traz consigo.
- O que eu faço primeiro? Quando eu começo ou paro de trabalhar? Como organizar a minha agenda para compromissos pessoais durante o dia? Essas e outras dúvidas são frequentes e demandam muito autoconhecimento e testes até que possam ser totalmente respondidas.
- O mais importante, para mim, é que você entenda que isso tudo é normal. Muitos passaram anos indo ao escritório às 9, almoçando às 13 e retornando para casa às 18. No momento em que essa organização é perdida, surge um vazio desconhecido com o qual demoramos um pouco até aprender a lidar.
- A minha intenção hoje é te apresentar algumas opções de rotina. Formas de organizar o dia de trabalho, tendo tempo pra cuidar da sua vida profissional sem se tornar um workaholic - ou seja, podendo curtir a sua casa, a sua família, seus hobbies etc. Em resumo, todas aquelas vantagens que fazem nossos corações palpitarem por um trabalho remoto.
- Você pode combiná-las (quando possível), mas preste atenção a reações como aumento (ou diminuição) de produtividade, estresse e satisfação. Nosso corpo sempre nos avisa quando uma estratégia funciona ou não.
- Por horário: O primeiro item a se definir é este: você vai trabalhar em horários fixos, como num emprego convencional, ou prefere ter blocos de produtividade e matá-los conforme o dia flui? Eu, por exemplo, sempre achei que funcionava melhor com rotinas livres - trabalhar numa lista específica depois do café da manhã e em outra após o almoço, por exemplo. Mas percebi que, constantemente, eu perdia o controle de horas produzindo e só parava quando já estava exausta. Me abri para mudanças e, após adicionar horários para a execução de tarefas (não somente no meio profissional, mas pessoal também), meus resultados melhoraram. É o que eu faço até hoje.
Por esse motivo, eu te incentivo a testar. Em um dia, se comprometa a realizar exatamente o que tiver agendado. No outro, produza com mais liberdade.
- Tenha boa vontade e, quando acabar, se pergunte: como eu me senti hoje? Como o meu trabalho fluiu? Os objetivos do dia foram cumpridos? São perguntas simples e poderosas, que te darão parâmetros para se posicionar.
- Por blocos de tarefas semelhantes: Ligações, e-mails e criação de relatórios podem ser tarefas obrigatórias no seu dia a dia. Que tal definir um período para cada uma delas? Dessa forma, quando a necessidade de uma chamada surgir ou seu chefe te pedir por um relatório a ser entregue na semana que vem, você já terá um tempo na sua agenda disponível para isso e não precisará parar tudo o que está fazendo. O livro Produtividade Para Quem Quer Tempo, do Geronimo Theml, fala bastante sobre esse tipo de rotina e é uma ótima sugestão - recomendadissimo!
- Por locais: Cargos como vendedor e professor podem mesclar tarefas em casa e fora dela. Se sua rotina é repleta de reuniões, aulas e afins, pense em listas como "Afazeres de casa" e "Afazeres de trabalho na rua/loja/escola etc". O foco, nesse caso, não é criar uma to-do list, mas sim uma lista de itens que precisam ser feitos repentina e cotidianamente. Dessa forma, não importa onde esteja: seu cérebro saberá as demandas as quais deve se dedicar e entrará mais rapidamente no "piloto automático" produtivo.
- Por energia mental demandada: Responder e-mails requer menos foco e disposição do que escrever, certo? Por esse motivo, é mais recomendado deixar a atividade mais "puxada" para o começo do dia, quando se está no ápice da energia, e empurrar as ações ordinárias e menos relevantes para o fim do expediente. É a famoso regra d'o mais difícil, primeiro. Além de pensar no que exige maior gasto mental, pense também no seu entorno. Momentos em que toda a família está em casa, com crianças correndo pelos corredores e seu companheiro(a) precisando de ajuda constante não são os melhores para trabalhos complexos pelo risco da distração. Considere esses "obstáculos" ao se programar.
- Por ferramenta: Às vezes, eu tenho um bode enorme de computador e do próprio celular. São dias mais introspectivos, de papel e caneta, sabem? O que significa que eu preciso me organizar para fazer tudo o que preciso neles numa única oportunidade. Talvez, para você, esse seja um sentimento constante e dividir a rotina entre "trabalho online" e "trabalho físico" te traga maior alegria - pessoas naturalmente conectadas não entendem essa necessidade, mas é como se os eletrônicos nos sugassem. No meu caso, já destinei as tardes para compromissos na internet. Qual o melhor período pra você?
- Por fim, gostaria de reiterar a importância dos testes. Se mantenha aberto: um novo mundo profissional se abre nesse momento, cheio de novidades e oportunidades, e pede para ser explorado. Confie (e se jogue) no processo!