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The heterogeneity of voices;

Objetivo: expandir a analogia entre meios mediacionais e ferramentas propondo que meios mediacionais sejam vistos como um kit de ferramentas.

Novas perguntas:

  • Qual a natureza da diversidade de meios mediacionais e como o meio mediacional empregado para realizar alguma ação é escolhido?

{conversa com a literatura} Crítica à metafora da posse citando contra-exemplos dos níveis de desenvolvimento de Piaget.

  • Grupos diferentes podem empregar ferramentas similares de formas diferentes.

Dois problemas básicos:

  • Noção de heterogeneidade;
  • Implicações da abordagem sociocultural do significado para a abordagem do kit de ferramentas;

Heterogeneidade (Tulviste) "O fenômeno da heterogeneidade do pensamento verbal consiste do fato de que em qualquer cultura e em qualquer indivíduo não existe uma única e homogênea forma de pensar, mas tipos diferentes de pensamento verbal."

Três posições sobre heterogeneidade:

  • Heterogeneidade como hierarquia genética:
    • Ações mentais que surgem por último são inerentemente mais poderosas (e frequentemente melhores) que as outras;
    • Exemplos: Werner, Vygotsky e Luria;
    • Ferramentas: adquiridas em uma ordem contínua da menos poderosa para a mais poderosa;
    • Paradoxo: Porque formas de pensamento inferiores continuam existindo e sendo utilizadas quando formas mais desenvolvidas foram dominadas pelos indivíduos?
  • Heterogeneidade apesar da hierarquia genética:
    • Embora diferentes formas de funcionamento mental ou comportamento surjam em periodos diferentes, as últimas não são necessariamente mais poderosas of eficazes que as primeiras.
    • Exemplos: William James, Tulviste e Wertsch (?);
    • Diferentes formas de pensamento são mais adequadas para diferentes esferas da atividade humana;
    • Ferramentas: Diferentes ferramentas são adquiridas em diferentes etapas do desenvolvimento, mas não há classificação inerente com respeito a poder e eficiência. Algumas ferramentas são mais poderosas e eficientes para certas atividades ou esferas da vida e outras são mais poderosas e eficazes em outras.
  • Heterogeneidade não-genética:
    • Não há classificação inerente, tanto em termos de gênese quanto em termos de poder, das várias formas de representação e ação no funcionamento mental humano;
    • Exemplo: Gilligan;
    • Ferramentas: itens que não podem ser classificados nem quanto à ordem genética nem quanto a seu poder e eficácia. As ferramentas (linguagens) são presumidas por emergirem e se desenvolverem de forma largamente independente umas das outras;

Bakhtin

Com a metáfora do kit de ferramenta, surge o problema de identificar os componenetes desse kit. A noção de kinguagem social e gênero do discurso de Bakhtin são úteis nesse sentido.

  • Os usuários individuais da linguagem não são agentes absolutamente livres com a habilidade de escolher qualquer palavra para expressar uma intenção particular. Bakhtin viu linguagens sociais e gêneros do discurso como os meios pelos quais ações mentais e comunicativas são organizadas.
  • Gêneros do discurso não são criados pelos agentes individuais mas sim dados a eles.
  • Jogo da linguagem de Wittgenstein em termos Bakhtinianos: é difícil distinguir várias linguagens sociais e gêneros do discurso em uma linguagem social devido à aperência similar deles.

Solução (seus problemas acabaram! Caceta e planeta):

  • Propriedades fundamentais dos enunciados:
    • Fronteira: seu início é precedido por outro enunciado e seu fim é seguido por outro enunciado (mudança de falante);
    • Finalização: forma de encerrar um discurso. Diferentes formas de finalização caraterizarão diferentes linguagens sociais e gêneros do discurso ou esfera da atividade humana.
    • Forma genérica:
        • Natureza da esfera da comunicação falada;
        • Considerações semânticas;
        • Situações concretas da comunicação do discurso;
        • Participantes envolvidos;
        • etc ...
      • Quando o plano da fala do falante com toda a sua individualidade e subjetividade é aplicado e adaptado para um gênero escolhido, ele é moldado e desenvolvido com uma certa forma genérica.

Ideias para organizar: Bakhtin destaca a relação entre o autor do enunciado (o falante) e os outros participantes da comunicação.

  • A avaliação emocional do falante também deve ser considerada.

Sobre o autor do enunciado:

  • Cada enunciado é caracterizado por um particular conteúdo semântico de referência (tópico abordado). Esse conteúdo semântico de referência dependerá de outros enunciados, enquanto que o conteúdo semântico de referência é independente de tais fatores contextuais.
  • Distinções para delimitar os tipos de conteúdos semânticos de referência disponíveis para os falantes:
    • Relações indiciais extralinguísticas VS Relações indiciais intralinguísticas.
    • Objetos lingúisticos VS Objetos não-linguísticos.

As relações de um enunciado com os outros participantes da comunicação da fala formam a base para a dierença entre os enunciados de uma linguagem social e os de outra.

Bakhtin produziu categorias de discursos orientados para o discurso de outraA pessoa. Exemplos: Padória, usar as palavras de outra pessoa mudando o acento, liálogo oculto.

Ilustração! (Como distinguir um gênero do discurso de outros).

Análise do gênero do discurso da instrução formal;

  • Diferença de poder entre a voz da professora e do aluno;
    • Enunciados diretivos do professor;
    • Pergunta instrucional;
  • Estudantes são encorajados a exercerem cada vez mais a responsabilidade regulativa.

A atividade em questão: Show-and-tell

Análise:

  • A criança começa relacionando o pedaço de lava com a história de vida individual dela;
  • A professora estimula o uso de conceitos "científicos";

O contexto no qual a atividade ocorre promove que este gênero do discurso deve ser usado para descrever objetos e eventos, através de mensagens implícitas enviadas pela professora; Negociação de significados: a negociação de perspectiva referencial neste caso requiriu mais mudança por parte da criança do que por parte da professora, algo relacionado com a diferença de poder entre os dois interlocutores;

Resumo:

  • Wertsch propõe o uso de gêneros do discurso como ferramenta no kit de ferramentas mediacionais heterogêneas;
  • O tipo de heterogeneidade involvida foi a heterogeneidade apesar da hierarquia genética.
  • Diferentes gêneros do discurso são empregados para diferentes contextos de atividades ou esferas da vida.
may 15 2015 ∞
may 16 2015 +