Pensamento e linguagem (capítulo 4)

• Domínio filogenético
  • O pensamento e a linguagem têm raízes genéticas diferentes.
  • As duas funções desenvolvem-se segundo trajetórias diferentes e independentes.
  • Não há nenhuma relação nítida e constante entre elas.
  • Os antropóides revelam um intelecto que, sob certos aspectos, é semelhante ao dos homens e uma linguagem de algum modo também semelhante à humana, mas em aspectos totalmente diferentes.
  • A estreita correspondência entre pensamento e a linguagem existente no homem encontra-se praticamente ausente nos antropóides.
  • Distingue-se com muita clareza uma fase pré-intelectual no desenvolvimento da linguagem e uma fase pré-linguística no desenvolvimento do pensamento.
• Domínio ontogenético
  • O pensamento e a linguagem possuem raízes diferentes.
  • Podemos estabelecer uma fase pré-intelectual no desenvolvimento linguístico da criança e uma fase pré-linguística no desenvolvimento intelectual da criança.
  • A determinada altura as duas trajetórias encontram-se e, em consequência disso, o pensamento torna-se verbal e a linguagem torna-se racional.
• Estágios da interiorização do discurso
  • Discurso externo.
  • Fala egocêntrica.
  • Discurso interior.
• Estágios do desenvolvimento das operações mentais
  • Estágio primitivo: discurso pré-intelectual e pensamento pré-verbal.
  • Psicologia ingênua: aprende a usar palavras como "porque, se, e, quando e mas" antes de desenvolver a lógica.
  • Auxílio de operações externas para resolver problemas internos.
  • Crescimento interno: as operações externas interiorizam-se (discurso interno, contar de cabeça, etc).

A relação entre pensamento e linguagem poderia ser esquematizada como dois círculos que se intersectam, e apenas nesta região ocorre o pensamento verbal.

O pensamento verbal não é uma forma natural de pensamento, inata, mas é determinado pelo processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas naturais do pensamento e do discurso.