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Sou suspeita pra falar porque amo distopias, mas a ambientação de Neuromancer é muito interessante e a história é bem bacana, só é difícil e confusa a leitura por conta da linguagem usada e comprometeu um pouco da minha experiência lendo. Gibson está a frente do tempo desde 1984 e isso é o máximo.
Me fez entender mais do que eu esperava sobre o HIV e tá me fazendo criar um viés novo, o livro é informativo e sensível. Os personagens são profundos e eu amei o jeito que o autor mostra os pensamentos deles, intensos, reais e humanos. Simplesmente lindo, li em uma sentada.
Às vezes o protagonista tem uns pensamentos muito amargos, mas de alguma forma a jornada dele me prende. Gosto desses livros em que dá pra visualizar claramente a situação na vida real, tirando o cara que se apaixona perdidamente por ele do nada (sério, eu acho i r r e a l essas coisas, mas fofo). E o final foi surpreendente e avassalador.
Sinceramente, tenho uma dificuldade maior em ler livros de séculos passados e interpretar a articulação de diálogos rebuscados e acontecimentos, mas esse foi tranquilo (btw, foi a versão compacta de 13 capítulos) De qualquer forma, essa devoção ao belo é algo muito atraente de se ler e o deboche de Lord Henry chega a ser sádico e amo isso. A premissa da história é tão interessante quanto a própria, brilhante!
Visceral. O livro é violento e chega a ser grotesco e até perturbador em algumas cenas (e eu falo sério, não vou superar o cara enterrado vivo, e apodrecendo VIVO e essa cena cheia de detalhes). Adorei a mistura entre mitologia, fantasia e religião, totalmente fora da minha zona de conforto mas muito interessante.
Muitas pessoas criticaram o filme, mas eu achei ele normal e quis ler o livro porque sei lá, fiquei curiosa pra saber como a Bruna de verdade descreveu o universo dela. Eu me desafiei a sair da minha zona de conforto lendo um livro erótico, e nossa, as cenas de sexo e as que falavam dos desejos dos homens me deixaram bem desconfortável. Foi uma leitura rápida, indiferente, mesmo eu tendo gostado muito da reflexão trazida por ela no final (a Raquel não teria chegado até aqui se não fosse a Bruna). Pelo menos peguei o embalo de volta e saí da ressaca literária, amo.
O jeito que a autora fala sobre ter um corpo muito gordo é doloroso, mas compreensível e necessário. Cada frase dela é como um soco no estômago, principalmente quando ela fala sobre o abuso que sofreu e como isso influencia no modo em que ela se comporta diante do próprio corpo mesmo mais de 20 anos depois do ocorrido. Isso mexeu comigo de um jeito assustador. Sua escrita é impecável, gosto dos capítulos curtinhos, e espero ter contato com outros trabalhos dela.
Divertido demais! De repente me vi lendo mais de cem páginas de uma vez porque a história é leve e engraçada (pelo menos no começo), o desenvolvimento é perfeito e eu adoro a personalidade e os detalhes de cada personagem, senti falta de ler uma história gostosinha desse jeito. Os debates levantados e os trâmites políticos são bem legais de se ler, e adoro as referências musicais e históricas. Às vezes é doloroso ler sobre as limitações que o relacionamento deles tem, dá pra sentir a intensidade dos personagens nesses momentos, mas o jeito que eles passam por tudo isso é LINDO. Tô apaixonada por um livro :')
Tradução média, vacilou no final ao trocar jardim por terreno, mas a metáfora de Epicuro segue a mesma. Simplesmente sem defeitos, Voltaire foi atemporal ao trazer as dores do mundo esmagando o otimismo de Leibniz. Até hoje muitos Cândidos tem muito o que aprender com a vida.
Li logo depois de Cândido, mas achei a primeira leitura muito mais atraente e melhor ao enfatizar essa ideia de origem do mal e inocência do indivíduo. Bom, pelo menos gosto do jeito com que o Ingênuo põe em palavras tão simples questionamentos que deixam a sociedade dos dogmas envergonhada.
Pô, é muito difícil comentar sobre esse tipo de livro quando eu tenho embasamento em 0 coisas. Mas enfim, discurso liberal, não me identifiquei. Não que eu deveria, mas de qualquer forma economia me confunde demais. As denúncias sociais como sempre no ponto, e achei interessante o debate das outras ciências, como as teorias biológicas discutidas e refutadas com ironia.
Sim, tô apaixonada por um livro de não ficção. É leve porém incisivo, às vezes me lembra um remédio escondido na sobremesa, isso porque é divertidíssimo mas nos alerta sobre esse abuso que é o capitalismo. O texto é didático e as ilustrações são maravilhosas, a arte de Vilmar Rodrigues é incrivelmente expressiva e engraçada e se encaixa com o texto de um modo perfeito. É, me surpreendeu bastante.
Que fita. Talvez eu tenha me interessado mais do que se espera por causa da pessoa que indicou... Mas independente disso eu tentei me encontrar nesse livro assim como o Chris/Alex na natureza selvagem. Preferia que a história fosse contada de forma mais linear, mas no geral deu tudo certo. Existem muitas coisas que eu gostaria de dizer sobre essa obra porque ela proporcionou muitas reflexões, mas minhas "resenhas" são pequenas então ficam aí meus elogios ao autor que conseguiu tirar uma essência tão incrível de uma história relativamente comum sobre fuga e encontro em si mesmo.
Sem palavras. A narrativa é tão delirante e orgânica, nuna tinha lido nada parecido, as palavras simplesmente deslizavam na minha cabeça como se eu estivesse lendo pensamentos. Morte, tempo e solidão são assuntos tão delicados e foram tão bem retratados. As partes escatológicas também me deixaram fascinada, que livro incrível.
A protagonista do conto é uma dona de casa que não consegue dormir por 17 dias, ou seja, ela tem muito tempo para pensar sobre a própria vida. O que eu também fiz, porque a rotina sempre é alvo de questionamento. Pensamentos e metáforas interessantes, mas o final me deixou confusa porque terminou mais abruptamente do que finais abertos normais. Mas eu estou me acostumando com esse tipo de narrativa que não precisa ter tudo explicado no final, antes era frustrante mas agora eu até prefiro esses.
Compilado do box da Nova Fronteira. Ler Machado de Assis fora da escola dá um ar diferente, talvez pelo meu olhar mais maduro. E apesar de conhecer muito pouco da literatura machadiana, os contos dessa sociedade carioca cheia de contradições e hipocrisias foram bem bacanas de ler. Mesmo com essa ambientação meu conto favorito foi "As Academias de Sião", totalmente fora do usual, se passando na Indochina e com insinuação de papéis de gênero (na minha interpretação rasa), fui surpreendida.
Quis me envolver em uma leitura mais séria, e tirei muitas dúvidas que tinha a respeito do comunismo, é completamente diferente do que esse macartismo das pessoas prega, não é uma ameaça. Achei coeso e sensato, me pergunto se funcionaria no mundo atual (sonho?!).
Eu não sei falar direito sobre não-ficção, mas vale a pena porque os livros que tenho lido ultimamente são muito interessantes. Os autores são professores de história e por isso o contexto dado aos movimentos musicais e de cinema citados deixam tudo muito mais claro e interessante, e é um livro fácil de ser lido, bem didático (no livro diz que eles são professores de ensino médio então tá explicado). O melhor é a cronologia no final com todos os acontecimentos listados, me ajudou bastante a ligar os movimentos culturais com a história, e entender o porquê deles existirem.
"Nossa esperança é contribuir, com umas poucas ideias aqui jogadas, para que, quando o mundo disser "não pode", a gente aprenda a responder "eu quero". Foi muito, mas MUITO difícil de achar esse livro. E valeu a pena toda a procura, porque é muito gostoso de ler, leitura séria com momentos alegres. Reflexões pertinentes sobre gênero, sexo e sexualidade nos anos 80 sob o olhar acusatório da ditadura. Esse livro não são só ensaios, mas gritos políticos.
É uma história bem rápida sobre a vida ordinária e a morte extraordinária de um burocrata. A leitura se desenvolve bem rápido e quando eu percebi já tinha saído de um começo pacato para a morte agonizante do protagonista e suas reflexões angustiantes (seria assim a vida?). É impressionante como Tolstói consegue explicar os sentimentos de uma pessoa à beira da morte mesmo não estando nessa posição; e vale ressaltar também as críticas à hipocrisia da sociedade, são tantos detalhes que chega a ser espantoso.
Biografia que foca mais na arte do que na vida de Gustav Klimt (e isso é ótimo!) e Neret analisa suas obras de uma forma muito bem explicada até pra mim que é leiga em arte. O jeito que Klimt retrata vida e morte num mosaico de cores vivas é simplesmente inexplicável, só vendo pra saber sei lá. Sim eu babo ovo demais jakskw
Uma pérola de 1969 completamente à frente do tempo. Nosso protagonista, Genly Ai, vai em uma missão política a Gethen, um planeta em que os gêneros não existem e o sexo só se manifesta em certos períodos chamados de kemmer. A análise dessa sociedade trazida por Le Guin é tão concisa; nos faz perceber que muitos dos problemas que temos são causados pela imposição dos papéis de gênero que tentam nos limitar a ser homem ou mulher. As relações de poder também são muito interessantes e é fantástico ver um sistema ético, moral e político completamente diferente do nosso e perceber como ele faz sentido (e que a gente pode mudar e melhorar enquanto sociedade). Enfim, livro poético e rico em detalhes, uma história fantástica.
Assustadoramente intenso. Cada conto perpassa por uma forma de vida afro-brasileira, em questões sociais e existenciais. É de uma sensibilidade e ao mesmo de uma brutalidade... Absurdo demais e incrível, sem palavras.