Os olhos se abriram e se fecharam de volta rapidamente, era a luz do luar pairando sobre o rosto. Nunca em 15 anos havia sentido uma energia positiva após segundos ao despertar, era Clair de Lune tocando no momento exato. O terror não existia naquele minuto, a morte não parecia ser cogitação. Dentre as lágrimas mais puras, foi ali que ela sentiu o renascimento e a arte dos sentimentos mais belos. Música, luar, música, luar, música, luar, música, luar. Ecoava-se. Avô. Era o universo a chamando. Ele subia sua janela e aproximava-se gradativamente, o pânico pairava no quarto com um olhar em chamas. Despertou-se. Não era paz, era falta de aflição. Dentre todas as dores, ela encontrou sua liberdade no escuro e na melancolia. Angústia, angústia, angústia, angústia. Ele, seu pesadelo. Era a morte a chamando.