estive pensando sobre alguns fatos.

vivo de sentimentos vagos e supérfluos, um completo vazio no coração. presente apenas de matéria, porém não mais de alma.

me afundei na minha própria profundidade e não consegui nadar no meio de tanta intensidade e sentimentos emaranhados. me afogo todos os dias e grito por socorro, mas ninguém me escuta.

a solidão tomou conta de mim de uns tempos pra cá e ela me corrói por inteira e não me deixa respirar. ela me sufoca.

eu sinto demais, eu penso demais.

minha sombra virou minha melhor amiga e minha pior inimiga.

já não suporto me olhar no espelho e ver a mesma luiza fraca e insignificante.

não consigo aceitar que a lune está desaparecendo.

porque lune é muito mais que um apelido, um cognome. lune é a minha essência: é minha poesia, meu amor, a própria lua; lune é minha arte; lune é minha gálaxia. e ela tá escondida em algum lugar do meu subconsciente e não quer mais aparecer.

luiza precisa da lune.

só que eu não aguento mais esperar uma luz pra continuar em frente. eu não aguento mais esperar a lune voltar.

tô a um fio de desistir de tudo.

me dei conta que não passo de um peso na vida de todos e eu não posso alimentar mais esse sentimento e fingir que tá tudo sob controle cada dia que passa.

tudo que penso e tudo que faço, todos os meus medos se refletem nos meus pesadelos que tenho quase todas as madrugadas.

meus amores só vivem de efemeridade e o que me resta é a memória.

ninguém consegue ficar comigo por muito tempo, porque eu sou sinônimo de bagunça e tóxico.

não lutarei mais contra os pesadelos e as paranoias.

não tenho mais forças para inverter essa situação.

eu simplesmente desisto de tudo e proporcionarei que me desgaste aos poucos até criar coragem de partir por completo.