que nome de lista engraçado. mas é, imaginei que eu poderia falar sobre esse período que eu jurei que ia morrer de verdade. encontrei algumas fotos da época e tive memórias de guerra.

pra dar um pouco de contexto, na última semana de junho eu trabalhei 6 dias na semana das 16h às 4h da manhã por conta da cobertura do são joão. foi uma experiência muito legal que apesar de tudo, eu repetiria. o que acontece é que nessa semana minha imunidade baixou muito: os horários de trabalho eram cansativos, o lanche não era muito nutritivo (mas ainda obrigada pelos bk's, prefeitura) e eu admito meu erro de passar uma semana sem beber água direito, mesmo tendo água disponível nos freezers.

as semanas seguintes foram tentando colocar minha saúde no lugar, eu sabia que estava a princípio com um quadro de desidratação. então estava tomando muita água e batendo as maiores pratadas fora de casa. nesse período a faculdade voltou então também abusava no restaurante o quanto podia.

dia fatídico foi 19 de julho (sexta). eu fui com uma blusa meio apertada pra aula mas tudo bem, estava só incômodo, não estava me matando. eu dormi em um momento da aula, e quando acordei estava me sentindo extremamente mal. parecia que a blusa tinha encolhido 3x de tamanho e apertando meus pulmões, oh sensação horrível. e mesmo me sentindo horrível, fiquei até o final da aula e AINDA PEGUEI ÔNIBUS. mas quando eu sentei no ônibus eu estava sentindo meu corpo péssimo e eu tinha que preparar forças 30 minutos antes de chegar no terminal pra conseguir levantar de onde estava sentada. depois de chegar no terminal e pegar o ônibus pra casa, mesma sensação de peso depois que tinha sentado, meu corpo estava duro e não saia da posição (o rigor mortis k). e pra piorar a cabeça latejando, qualquer mexida que o ônibus fazia parecia que minha cabeça ia pular fora. quando desci no meu ponto eu senti um frio ABSURDO. é 5min do ponto pra casa, e o ponto é na esquina dos quarteirões da frente então no final da rua eu vejo o condomínio. mas foram os 5min mais longos da minha vida, eu estava tremendo de frio e comecei a tossir que nem uma desgraçada. quase não consegui colocar a chave no buraco da porta por estar tremendo de frio. depois que entrei eu corri pra colocar roupas quentes, uma blusa de manga longa e gola alta, calça, meia, e me deitei e tremendo de frio. não conseguia respirar direito e tossindo muito. fiquei bebendo água porquê estava sentindo a garganta seca/inflamada. provavelmente isso era um princípio de gripe.

fui dormir. acordei no outro dia (sábado) ainda me sentindo meio tonta mas me esforcei pra seguir a rotina de sempre limpar a casa nos finais de semana e me alimentar direito. a esse ponto minha mãe já estava avisada da minha condição e ela disse pra não ficar me esforçando mas eu PRECISAVA limpar a casa. lavei roupa no braço, lavei o chão da cozinha e o banheiro, joguei muito lixo fora. foi babado.

no dia seguinte eu estava na estaca 0. se eu dormisse mais reta, minha respiração ficava obstruída, e eu não tinha me atentado a isso, então acordei passando mal sem conseguir respirar. nem pensei 2x e fui pra emergência 13h da tarde sem ter comido nada. pra resumir os horrores que vi nesse dia, eu fiquei lá das 13h às 18h, aproximadamente. tomei soro, tirei sangue, fiz EXAME. e só me disseram "gripe, melhoras nega <3".

ao longo da semana eu só estava piorando e todo mundo no trabalho percebeu e me mandou de volta pra casa. daí minha mãe conseguiu um carro pra voltar pra casa e até o dia 24 daquela semana eu já estava voltando pra bahia pra me tratar. tomei vitamina, comi horrores, fiz exame, tomei um mel potente que minha avó fez pra mim, foi babado. no final, a tal da gripe estava mal curada, e era um caso de pneumonia bacteriana. em resumo: quase morri em aracaju, sozinha, sem família por perto, e sem avisar ninguém que eu conhecia na cidade também. 10/10 talvez vivesse de novo a experiência

apr 23 2025 ∞
apr 23 2025 +