eu tenho uma relação meio esquisita com o "você". muito é por eu ter muito problema em me relacionar com as pessoas, e os outros, os alheios, é sempre "você" em relação a mim. isso é 101. o negócio é que o nome que eu sempre usei na internet ("yukari"), foi ao longo dos anos diminuído (yukari > yuka > yu) ao ponto que eu deixei ele só "u". por alguns motivos. até mesmo quando contemplei qual nome mudar legalmente, eu pensei em "ulani", por ser um nome que gosto, começa com "u", e ter uma semelhança de significado com o meu nome, então acalmaria os nervos da minha mãe.

"yu" por si só já soa como "you". o negócio do "u" é que a pronúncia em inglês também soa como yu/you ("u" pra eles na verdade seria a nossa abreviação de "vc"). a primeira vez que eu percebi a pronúncia do "u" foi no "the unseen" da taeyeon. eu nunca havia parado para pensar na palavra "unseen" e passei a achar ela muito bonita. mas acima de tudo a frase dela em relação a esse show me deixou muito intrigada. a partir disso, "u" criou outro significado que seria o "unseen" dentro da pessoa (tanto que eu uso unseen em algumas redes sociais).

• when i become filled with a lot of thoughts from the changes i go through during life. even if something changes me, eventually that also becomes me and i will find a 'more expanded version' of myself instead of being replaced. need to always focus more on the unseen side of me.

a coisa do "u" além de ser o "você", também é o "não visto". penso que fala muito sobre a minha necessidade MALDITA de querer conexão com as pessoas ao mesmo tempo que eu odeio ter que me relacionar com elas (por diversos motivos), e sempre saber que tem algo escondido de cada um, seja por não querer mostrar ou por não ser descoberto (fun fact, uma terceira definição de "u" para mim: "undiscovered"). então pra mim, o apelido ser "u" e soar como "you", é um lembrete pessoal que existe o outro, existem partes de mim no outro, e existem partes do outro em mim. eu tenho um problema existencial com a marca das outras pessoas, odeio me sentir "contaminada" por elas de alguma maneira, mas é parte de ser humano. às vezes "u" até me lembra que no "você", no outro, existe humanidade, e em mim precisa haver também.

me ajuda, também, a me ver de um terceiro ponto de vista. eu tento muito não dissociar, mas apenas me ver de fora. ver o você que seria eu do ponto de vista de alguém. me colocar no lugar do outro pra me lembrar que eu não sou melhor nem pior que ele (embora geralmente eu ache que sim).

significa que tudo sobre "u" eu crio simpatia por? nem sempre. mas existe a sua grande parcela.

• u (ft. tablo) / honey (are u coming?) / for you / you. / i am you / i got you / if not for you / until i found you / smash into you

"i am you" é uma dessas coisas. a primeira vez que eu escutei sobre essa música, era falando mal... e quando ouvi a primeira vez fiquei sem entender, porquê havia gostado. e mesmo sem escutar ela tantas vezes (na época), essa bosta de música ficou na minha cabeça... até que eu parei pra OUVIR a música. ah...

• i’m by your side always, going toward the same place as you / no one can replace you

em segunda nota... toda essa analogia ruim me faz acreditar que essa é uma das razões pra eu gostar das coisas que eu gosto. tipo plutão, último planeta do sistema e posteriormente retirado dessa categoria para ser apenas um outcast, e a frase daquele comiczinho dele "eccentric is just a polite way of saying weird." e toda a obsessão sequencial a ele. tipo o stray kids, que musicalmente eu poderia viver bem sem eles. mas gosto muito deles em personalidade. só que esse conceito de grupo quebra minhas pernas, porquê realmente... ser encontrado. percebo depois de bem mais velha o quanto isso é um tópico sensível para mim, que gosto de desaparecer e cortar contato com as pessoas. porquê isso aí me lembraria madoka magica, que eu com 9 anos li apenas uma vez, "sempre, em algum lugar, alguém está lutando por você. e enquanto você não se esquecer dela, jamais estará sozinha" e essa frase nunca mais saiu da minha cabeça.

enfim, quanta baboseira... só escrevi isso porquê já protelo explicar isso (para mim mesma) a 5 anos, mas acho que houve uma solidificação do que seria "u" e agora a explicação parece bem mais clara.