ᅠ️ᅠ️ᅠamor
- dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha – com persistência, continuidade, alegria.
- quanto a ela mesma, fazia obscuramente parte das raízes negras e suaves do mundo.
- a vastidão parecia acalmá-la, o silêncio regulava sua respiração. ela adormecia dentro de si.
- e, se atravessara o amor e o seu inferno, penteava-se agora diante do espelho, por um instante sem nenhum mundo no coração. antes de se deitar, como se apagasse uma vela, soprou a pequena flama do dia.
ᅠ️ᅠ️ᅠo búfalo
- recomeçou então a andar, agora apequenada, dura, os punhos de novo fortificados nos bolsos, a assassina incógnita, e tudo estava preso no seu peito. no peito que só sabia resignar-se, que só sabia suportar, só sabia pedir perdão, só sabia perdoar, que só aprendera a ter a doçura da infelicidade, e só aprendera a amar, a amar, a amar. imaginar que talvez nunca experimentasse o ódio de que sempre fora feito o seu perdão, fez seu coração gemer sem pudor.
jan 5 2019 ∞
feb 12 2019 +