- se você fosse menos bonita, acho que teria muito medo de você, mas sendo você como é, e sendo nós duas tão jovens, sinto apenas que a conheci doze anos atrás, e que já tenho direito à sua intimidade, ao que tudo indica fomos destinadas, desde a mais tenra infância, a sermos amigas. imagino se você se sente tão estranhamente atraída para mim como me sinto para você; nunca tive uma amiga... encontrarei uma agora?
- ela costumava colocar seus lindos braços ao redor do meu pescoço, me puxar para perto e encostar o rosto no meu, e murmurar junto ao meu ouvido "querida, seu coraçãozinho está ferido; não me ache cruel porque obedeço à lei irresistível das minhas forças e fraquezas; se seu querido coração está ferido, meu selvagem coração sangrará junto com o seu. no arrebatamento da minha enorme humilhação eu vivo em sua vida calorosa, e você deve morrer... morrer, morrer gentilmente... na minha. não posso evitar; como me aproximo de você, você por sua vez se aproximará de outros, e aprenderá o arrebatamento daquela crueldade, que mesmo assim é amor; por um momento, não tente saber mais sobre mim e os meus, mas confie em mim com todo seu espírito amoroso
- às vezes, depois de uma hora de apatia, minha estranha e linda companheira segurava minha mão com uma pressão carinhosa, renovada repetidamente; corando levemente, olhando para o meu rosto com olhos lânguidos e calorosos, e respirando tão rápido que seu vestido subia e descia com a tumultuosa respiração. era como o ardor de um amante. aquilo me embaraçava, era odioso e ainda assim me dominava; e com olhos regozijantes ele me puxava para perto dela, e seus lábios quentes percorriam meu rosto com beijos; e ela sussurrava, quase soluçando: “você é minha, você deve ser minha, você e eu ficaremos juntas para sempre". então se jogava de volta na cadeira, cobrindo os olhos com as pequenas mãos, deixando-me trêmula
- você tem medo de morrer? – sim, todos têm. – mas morrer como os apaixonados... morrer juntos, para que possam viver para sempre. moças são lagartas enquanto vivem no mundo, para finalmente se tornarem borboletas quando chega o verão. mas, enquanto isso, há vermes e larvas, não entende...
- como você é romântica, carmilla – eu disse. – quando quer que me conte sua história, ela será composta principalmente por um grande romance. ela beijou-me, silenciosamente. – tenho certeza, carmilla, que você já esteve apaixonada; que neste momento há um assunto do coração em andamento. – nunca amei ninguém, nem nunca amarei – ela sussurrou – a menos que seja você
- querida, querida – ela murmurou. – eu vivo em você, e você morreria por mim, porque a amo tanto / você vai me achar cruel e egoísta, mas o amor é sempre egoísta; quanto mais ardente, mais egoísta
- se era triste, o estado de espírito que ela introduzia era também doce. o que quer que fosse, minha alma a aceitava
jun 7 2021 ∞
feb 10 2022 +